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Sintonia que renova

Pesquisa surpreende quanto à desmistificação do comportamento de brasileiros de 15 a 24 anos

Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
20/08/2008 | 07:10
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A publicação da pesquisa Sintonia Jovem - O que Pensam os Jovens Brasileiros, realizada pela Cultura Data, núcleo de pesquisas da Fundação Padre Anchieta lançado oficialmente terça-feira em São Paulo, surpreende no que diz respeito à desmistificação do comportamento de brasileiros de 15 a 24 anos, que correspondiam, em 2005, a 19% da população. Longe do lugar-comum, os jovens dão grande importância ao trabalho, querem se sentir apoiados por professores, não são consumistas e são muito mais afetados por drogas permitidas do que ilícitas.

A superação dos clichês atrelados à faixa etária era uma das bases da socióloga italiana Lívia de Tommasi, que coordenou a análise de dados levantados nos últimos dez anos. "Para cada assunto, escolhemos novos ângulos. Nas questões da sexualidade, por exemplo, não nos concentramos na gravidez precoce ", conta Lívia.

Às informações já existentes, foram adicionados depoimentos do público analisado, entrevistas com outros especialistas e uma segunda análise dos dados. O resultado explicita o que já se desconfiava: o jovem brasileiro enfrenta inúmeras dificuldades no cotidiano e questiona lugares-comuns. "Eles não são consumistas. Pesquisa da Fipe mostra que os jovens gastam mais seu dinheiro em ônibus, educação, diversão e lanches. A gravidez precoce também não é o único assunto. A mercantilização do corpo feminino é uma queixa das jovens", exemplifica.

O tema juventude foi proposto pela Fundação Padre Anchieta e acabou dando bases para a nova programação da TV Cultura, que este semestre abriu mais espaço para atrações voltadas a esse público. Destaque para Manos e Minas e Radiola, apresentados respectivamente pelo rapper Rappin' Hood e pelo produtor João Marcello Bôscoli. A série Tudo o que É Sólido Pode Derreter, baseada em curta-metragem homônimo de Rafael Gomes (um dos produtores de Tapa na Pantera), também estréia este ano.

Pé na Rua, comandado pela dupla João Victor D'Alves e Gabriela França, que estreou em outubro do ano passado, também deve ganhar ainda mais espaço na grade, diz o presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun. 

A iniciativa servirá não só à programação da Cultura, mas também a empresas privadas e públicas. A nova unidade de negócios da Fundação reforça sua manutenção. "Menos de 40% dos recursos vêm do governo. O restante é mantido pelas unidades. Vamos atuar em diversas áreas, aproveitando a marca", diz Markun.

A Cultura Data não entra no mercado para competir com institutos de pesquisa já estabelecidos. "Vamos trabalhar dentro do estatuto da Fundação. Não olhamos o público como consumidores, mas como cidadãos. Não fazemos pesquisa de audiência e de intenção de voto", diz o diretor de marketing e captação, Cícero Feltrin.

O núcleo começou as atividades em novembro último. A próxima pesquisa a ser lançada, em novembro, tem como tema o marketing cultural. Outros clientes são a Abquim, Eletrobrás e o Tribunal Superior Eleitoral. O material completo da pesquisa Sintonia Jovem custa R$ 3.000 e pode ser adquirido pelo telefone (11) 2182-3102. Informações: www.culturadata.com.br/sintoniajovem




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