Economia Titulo Balanço
Pequenas faturam 10,2% mais em 2012
Soraia Abreu Pedrozo
21/02/2013 | 07:00
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As micro e pequenas empresas do Grande ABC faturaram 10,2% a mais no ano passado, na comparação com 2011, o que significa acréscimo de R$ 2,4 bilhões em seus caixas. O resultado é o segundo melhor da década e se equipara apenas ao de 2010, ano em que a economia estava a todo vapor. O percentual de crescimento nas vendas, para se ter ideia, superou a média do Estado de São Paulo, que subiu 8,10%, o equivalente a R$ 39,5 bilhões a mais. Os dados foram divulgados ontem pelo Sebrae-SP e referem-se ao faturamento real, portanto, já descontada a inflação.

Conforme explica a consultora da entidade Letícia Aguiar, o resultado foi beneficiado pela base de comparação depreciada, já que em 2011 as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) encerraram o ano com queda de 2,9%. Contribuiu ao cenário também a recuperação da indústria no fim do ano passado, especialmente a automotiva, favorecida pelo IPI (Imposto sobre Produtos Importados) reduzido - que caiu a zero de maio a dezembro para carros 1.0 -, pelos juros em queda e pelo financiamento facilitado de caminhões, com o Finame, que ofereceu juros de 2,5% ao ano. "Como na região existe grande concentração de indústrias, o impacto da retomada do setor é mais intenso", diz.

O terceiro diretor financeiro do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Shotoku Yamamoto, lembra que, apesar da queda de 20% nas vendas de caminhões em 2012, por conta da antecipação de compras no fim de 2011 devido à mudança da motorização dos veículos, nos últimos três meses houve reação. Com as obras de infraestrutura previstas para atender os eventos esportivos como a Copa do Mundo e a Olimpíada, o setor está animado.

O empresário Marcos Liron, proprietário da Tecnologia Quantum, fabricante de componentes eletrônicos automotivos de São Bernardo, conseguiu fechar o ano com aumento de 10% em seu faturamento. Ele atribui o resultado ao fato de não depender apenas de um segmento comprador. "Limitamos a 15% as vendas para as montadoras. Hoje, está em 5%. Nosso mercado é o after market, 95% de tudo o que vendemos vai para lojas e concessionárias", explica. Ele admite, porém, que boa parte do movimento foi alavancada pelo IPI reduzido, que fez com que muita gente trocasse de carro e incrementasse com vidro e travas elétricas no mercado paralelo.

Na média estadual, MPEs da indústria elevaram em 5,6% sua receita em 2012. As de serviços aumentaram em 7% e, as de comércio, 9,6%. "Apesar do ritmo mais lento para a produção no ano passado, o comércio esteve bastante aquecido e cresceu mais que a indústria", analisa Yamamoto.

PERSPECTIVAS - Para este ano, conforme explica Letícia, as expectativas, com base nos números de 2012, são de crescimento moderado da economia. "Desempenho que deverá ser acompanhado pelas MPEs."

Apesar das perspectivas, ainda existe um calcanhar de Aquiles para as indústrias, que é o câmbio depreciado, que favorece a entrada de importados. O dólar está em 1,95% - durante todo o ano passado, desde maio, manteve-se entre R$ 2 e R$ 2,10.

 

 




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