Se o número de atletas brasileiros na Olimpíada de Pequim, de 277, é o maior da história do esporte brasileiro, o mesmo não se pode dizer dos representantes do Grande ABC nos Jogos. A participação de competidores da região caiu 27,27% em relação a Atenas (2004).

No último ciclo olímpico, 55 esportistas representavam a região em nove modalidades. Desta vez, serão 40 (15 a menos) em sete esportes diferentes. Se em Atenas haviam competidores de São Caetano, São Bernardo e Santo André, desta vez apenas as duas primeiras cidades contarão com representantes em Pequim.

A redução se deve principalmente à queda do investimento de Santo André no esporte competitivo. Quatro anos atrás, a cidade era representada pelo Pinheiros na natação e contava com nomes como Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa. Tinha ainda toda a seleção de boxe, que lutava com as cores da cidade.

No momento atual, São Caetano terá 83% dos representantes da região. A cidade que mais investe em esporte no País (4,4% do orçamento anual, aproximadamente R$ 21,3 mi por ano) terá 35 atletas na competição. A maioria deles pertencentes à equipe BM&F. Os outros cinco pertencem a São Bernardo.

A delegação poderia ser um pouco maior, não fosse pela dispensa ainda não bem explicada do armador Jaqson, da equipe de handebol. O jogador da Metodista/São Bernardo/Besni foi desligado do grupo, segundo ele, por problemas particulares. Já a CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) informou que o corte foi por doping.

Apesar da diminuição no número geral de atletas olímpicos, em uma modalidade específica a contribuição do Grande ABC para a formação da delegação brasileira é expressiva. No atletismo, dos 45 nomes convocados para os Jogos, 22 são da BM&F/São Caetano.

Dentre eles, algumas das maiores esperanças de medalhas para o País, como Fabiana Murer e Maurren Maggi, além de Marílson Gomes dos Santos. Fabiana tem a segunda melhor marca do ano no salto com vara (4,80m). Maurren, no salto em distância (6,99m).

Marílson, o principal maratonista do País, é apontado como um dos favoritos para a conquista da medalha de ouro na prova. O vencedor da Olimpíada de Nova York (2006) tem índice para os 10.000 metros, mas irá abrir mão da prova.

EXPERIÊNCIA - A região emprestará à delegação brasileira uma certa dose de experiência em Pequim. Hugo Hoyama, do tênis de mesa, disputa sua quinta olimpíada na capital chinesa. O mesmo acontece com a levantadora Fofão, que torna-se a única mulher brasileira com cinco Jogos Olímpicos no currículo.

Nos tatames olímpicos, destaque para Edinanci Silva, que tentará acabar com o tabu de que somente os homens conquistam medalhas para o judô brasileiro.