Economia Titulo Paralisação
Sem acordo, greve dos funcionários dos Correios completa 14 dias

Quatorze milhões de objetos estão retidos nos depósitos da Capital, Grande SP e Baixada Santista

Do Diário OnLine
14/07/2008 | 13:30
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A greve dos funcionários da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) completa 14 dias nesta segunda-feira. Na última sexta, a categoria recusou a proposta sugerida pelo presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Rider Nogueira de Brito: suspender a paralisação para negociar com a empresa, desde que ela também suspendesse as mudanças nas gratificações. Uma nova audiência no TST foi marcada para amanhã.

De acordo com um balanço divulgado nesta segunda-feira pelos Correios, 14 milhões de objetos (entre cartas, documentos e encomendas) estão retidos nos depósitos da ECT na Capital, Grande São Paulo e Baixada Santista. Em todo o País, mais de 84 milhões de objetos não foram entregues.

Segundo o diretor de imprensa da Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos de São Paulo e Grande São Paulo), Anderson Morais, cerca de 75% dos funcionários dos Correios no Grande ABC permanecem de braços cruzados. A assessoria dos Correios, no entanto, informou hoje que apenas 15% dos 20 mil funcionários da ECT na Capital paulista, Região Metropolitana e Baixada Santista aderiram à paralisação.

Em todo o País, a greve atinge 21 Estados e o Distrito Federal, de acordo com a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares).

De acordo com Alexandre Morais, nesta tarde acontece uma assembléia na Praça da Sé, em São Paulo, para avaliar o movimento e decidir o rumo da paralisação. "Caso seja decidida a manutenção da greve, a categoria realizará um protesto em frente à residência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo", afirmou.

Por conta da greve, foram interrompidos os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta. A Fundação Procon-SP alerta que a paralisação não exime o consumidor de pagar seus débitos antes do vencimento. Segundo a entidade, o consumidor deve entrar em contato com a empresa em que ele tem conta a pagar para solicitar outra forma de pagamento, a fim de evitar a cobrança de eventuais encargos e cancelamentos.

Reivindicações - A categoria reivindica o cumprimento do acordo assinado em 2007 e ratificado em abril deste ano com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, que prevê adicional de periculosidade equivalente a 30% do salário do mês, a elaboração de um novo plano de carreira e participação nos lucros.

Outro lado - Em nota oficial divulgada na semana passada, a assessoria dos Correios afirmou que, nas negociações com a categoria, pagou o valor pleiteado (como um abono emergencial) a 43.988 empregados. Além disso, ressaltou que a empresa concedeu, em caráter permanente, adicionais de Atividade de Distribuição e/ou Coleta e o de Atividade em Guichê em Agências de Correios, no valor fixo de R$ 260.

A assessoria afirma ainda que os ganhos os funcionários, entre os anos de 2003 e 2007, foram superiores aos reajustes do salário mínimo e do INPC. “Em janeiro de 2003, o salário base inicial do carteiro era de R$ 395,94. Hoje, com o novo adicional, ele recebe R$ 863,66, que somado às vantagens, perfazem um total de R$ 1,6 mil. Os empregados contam, também, com excelente plano de saúde e plano de previdência privada, além de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários moderno que contempla, dentre outras vantagens, a possibilidade de ascensão funcional”, diz a nota.




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