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Empresas imobiliárias são punidas por falta de caixa
14/07/2008 | 07:32
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O drama das empresas imobiliárias no mercado de capitais já era anunciado. O Brasil tornou-se no ano passado o único lugar do mundo com mais de 20 companhias do setor listadas na Bolsa.

O sintoma do exagero: 16 ações estão valendo menos do que na data de estréia. "A percepção é que quase todas têm problemas de caixa. Pela pressão em mostrar lançamentos e venda, elas compraram terrenos muito caros. E grandes também, que demoram mais para vender", afirma o diretor-executivo da área imobiliária do Morgan Stanley, o espanhol Alfonso Munk.

Para Munk, os planos de lançamentos feitos no ano passado para 2008 e 2009 foram inviáveis. "As empresas não vão conseguir cumprir o VGV (Valor Geral de Vendas), não têm dinheiro para isso."

Analistas, banqueiros e executivos de empresas do setor não acreditam em situações extremas, como quebra de companhias. "É difícil repetir a história da Encol. As empresas que estão na Bolsa têm um patrimônio muito maior. E os juros estão mais baixos", comenta um analista.

Um caminho possível pode ser adiar novos projetos e reduzir o crescimento. "Eu, como investidor, não olho VGV, mas sim, margem", diz Munk, que tem participação na Abyara.

O consultor da Arsenal Investimentos, Gustavo Junqueira, não aprova a redução de crescimento. "A empresa não pode deixar os investidores nessa situação. Uma solução pode ser fusão ou a venda para um grupo maior."

A compra da Agra pela Cyrela, em junho, foi o início desse processo, considerado irreversível. A InPar precisa de R$ 400 milhões para compra de terrenos nos próximos 18 meses. "O mercado de ações está fechado para novas captações. Também está mais caro tomar crédito porque os juros subiram.

Agora, preocupa um eventual arrocho monetário, que reduza a demanda por imóveis", diz o diretor de relações com investidores da InPar, Gustavo Felizzola.




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