Para a Cultura, o candidato petista à sucessão de São Bernardo, Luiz Marinho, propõe modificações em larga escala. O sindicalista salta da linha de pequenos investimentos para a de transformação radical na área. Sem especificar valores, o ex-ministro da Previdência promete destacar a cidade nacionalmente com a criação de um pólo de cultura.

O petista aposta no "bom trânsito" com o governo federal para angariar recursos capazes de financiar projetos de cálculos imensuráveis, como o resgate dos estúdios Vera Cruz e a transformação do espaço em um centro de qualificação para jovens carentes, com cursos de especialização em cinema, artes cênicas e tecnologia digital. "Vamos abrigar o Festival de Cinema Latino Americano, temos condições reais para isso. É muito pouco se contentar com um pavilhão de exposições para quem já teve o local como referência nacional."

Para dar andamento à proposta, Marinho prevê a criação da lei de incentivo à Cultura e programas de fomento à arte, além da descentralização de oficinas culturais e a implementação de um calendário para homenagear os povos caipira, negro e nordestino. "Temos capacidade de ampliar as oficinas à periferia reutilizando os espaços das escolas. Queremos resgatar a tradição de cada povo com exposições e eventos específicos."

Com ações pontuais, todas presumindo auxílio financeiro de instituições públicas e privadas, o candidato quer transformar a Chácara Silvestre em um parque ecológico, onde será mantido o Museu do Folclore. A proposta é similar à adotada pela Prefeitura, que tentou emplacar a Escola Ambiental. O projeto foi embargado pelo Ministério Público em novembro, sob alegação de que descaracterizaria a área tombada e agrediria o meio ambiente.

No hall de iniciativas também está a criação do Museu da Cidade para resgatar a memória do município, segundo ele perdida em fotografias não-disponíveis à consulta popular. "Vamos expor nossa história em espaços públicos com visitas monitoradas e criar programas para provocar a população a procurar os locais", avisa Marinho.

Há previsão de nova sede para a Pinacoteca - que há 25 anos não tem espaço adequado para abrigar as cerca de 1.100 obras. "É um patrimônio que está longe dos olhos dos cidadãos, sendo deteriorado e mau tratado. Vamos criar condições para que a sede incorpore o jogo da cultura do acervo Vera Cruz."

Atrelado ao plano, há a intenção de realizar um censo cultural - para detectar deficiências e incluir apontamentos da população - e a criação de um programa permanente de apoio às escolas de samba. "Vamos resgatar nosso lugar na história presente, reconstruir os fatos e criar uma data que coloque São Bernardo novamente em destaque."