A Rede Sustentabilidade, partido liderado por Marina Silva, ainda não conseguiu amplo apoio no Grande ABC. Somente o vereador de Santo André Almir Cicote (PSB) e o ex-prefeiturável de Mauá em 2008 Mateus Prado (sem partido) estiveram no lançamento da sigla, no sábado, em Brasília.

Para ser reconhecido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Rede precisa coletar 500 mil assinaturas em todo o País até setembro. As captações começaram no domingo e estão sendo feitas pelo site do movimento (http://www.brasilemrede.com.br) - o usuário precisa imprimir a ficha, assinar e enviá-la para as coordenadorias estaduais.

Mateus Prado esteve entre os fundadores da legenda e destacou que a coleta de assinaturas será feita por voluntários. "Há diversas pessoas nos procurando com intuito de ajudar. A coordenação será feita por Estados e o Grande ABC deve ter um representante (na coordenação de São Paulo), que não serei eu, pois estarei cuidando de outros assuntos em Brasília", considerou.

Cicote afirmou que ajudará na coleta de assinaturas. "Vou colaborar, mas isso não significa que eu vou me filiar ao partido. Defendo que a Marina tem toda condição de disputar a Presidência (da República em 2014)."

Nos bastidores, comenta-se que o parlamentar de Santo André não estaria confortável no PSB e procura alternativas para deixar a legenda. Cicote tem se mostrado receoso em comentar o assunto, pois ainda não há garantias de que a Rede consiga registro a tempo de disputar a eleição do ano que vem, o que inviabilizaria o desejo do vereador em concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa.

O convite para Cicote ir ao lançamento ocorreu por pessoas próximas ao ex-vice-prefeito de Santo André José Cicote (PT), pai do parlamentar. "Presenciei diversos debates com pessoas bem posicionadas politicamente. O mais importante é que não vi nada de odioso ao PT ou ao PSDB."

O estatuto partidário foi aprovado durante o evento no sábado. O texto traz pontos polêmicos sobre a carreira político do filiado. Um parlamentar eleito pela Rede poderá disputar a reeleição somente uma vez e, caso o deputado seja eleito para o Executivo, ele deve renunciar ao cargo legislativo.

Mateus Prado participou da elaboração do estatuto e explicou que as exigências determinadas são para filtrar "políticos oportunistas". "Ajuda a peneirar as pessoas que desejem ingressar no partido. Queremos atrair quadros intelectualmente comprometidos com nosso programa partidário", disse.

A Rede conquistou nomes como o deputado federal Walter Feldman (PSDB-SP), a vereadora de Alagoas Heloísa Helena (Psol) e o parlamentar da Capital Ricardo Young (PV).

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sinalizou simpatia ao novo partido - ele compareceu à cerimônia de fundação -, mas declarou que o PT ainda está comprometido com seus projetos como o renda mínima cidadã e por isso não tem intenção de deixar a trincheira petista.