As micro e pequenas empresas que buscam inovar alcançam melhores resultados. Uma nova pesquisa do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), divulgada na última quarta-feira, atesta essa afirmação, ao apontar que enquanto 49% das MPEs paulistas muito inovadoras (que adotam com freqüência algum aperfeiçoamento ou melhoria nos produtos, processos de trabalho ou que buscam novos mercados) observaram no ano passado crescimento no faturamento, apenas 23% das que não inovaram registraram alta nas vendas.

O levantamento, que ouviu 450 micro e pequenas empresas da indústria, do comércio e dos serviços no Estado de São Paulo, mostra que 53% destas adota melhorias ou aperfeiçoamentos com alguma freqüência, contra 47% que raramente fazem alterações.

Segundo o economista do Sebrae, Marco Aurélio Bedê, o estudo assinala ainda que uma melhoria ou novidade não precisa necessariamente custar muito, nem precisa ser uma idéia que ninguém tenha pensado, para que a microempresa consiga se destacar.

Mais da metade das pesquisadas investiu R$ 2.000 em novos produtos ou serviços, as que aprimoraram processos aplicaram também até R$ 2.000 e, para chegar a mais mercados, o custo girou em R$ 6.000 (com tempo médio de sete meses para a conquista do novo nicho de atuação). E 71% das inovadoras introduziram mudanças nos últimos 12 meses.

Entre os exemplos de melhorias, estão medidas simples como a informatização, a ampliação do leque de produtos e a aceitação de novas formas de recebimento (cartões de crédito, por exemplo). "Não é preciso ser algo sofisticado. Pode ser, por exemplo, para restaurantes, introduzir alimentos de baixa caloria", disse Bedê. Ele afirma ainda que dois elementos são importantes para um empreendimento crescer: não ter medo de mudanças e saber ouvir os clientes. "Estabelecer um canal de comunicação com a clientela é um ponto central", disse.

SIMPLES - Soluções simples podem se traduzir em bons resultados. Parece ser o caso da microempresa Maxrodo, que nasceu em 2002 na Incubadora de Empresas de Mauá (entidade que apóia projetos inovadores). Um dos sócios Vagner Ilton de Souza, conta que, observando os rodos existentes no mercado, surgiu a idéia de lançar um em alumínio e que permitisse a troca da borracha (com a venda do refil). A empresa produz hoje 4 mil rodos por mês e cresceu 15% em vendas no ano passado.

Há também idéias mais sofisticadas. A Easylux, fundada em 2006, e que opera na Incubadora de Empresas de Santo André, desenvolveu um equipamento para medir a visibilidade da sinalização de trânsito (como faixas e placas). O produto já é adotado por concessionárias de rodovias e os resultados começam a aparecer, disse o diretor, Gustavo Paolillo.