A inflação nos preços das passagens aéreas no varejo alcançou em junho 61,24% no índice acumulado em doze meses. É o maior patamar em 11 anos, apurou a Fundação Getúlio Vargas. TAM, Gol e Varig admitem que os preços podem subir mais se o preço do barril de petróleo não ceder.

Para o economista responsável pela pesquisa, André Braz, as empresas aproveitam o bom momento de demanda interna para reajustar preços e recuperar a margem de lucro perdida com a crise no setor.

O vice-presidente de planejamento e alianças da TAM, Paulo Castello Branco, não concorda que as passagens estão em alta. "Os preços apresentam reduções constantes nos últimos anos. Quando analisamos nossos yields (tarifas pagas pelos passageiros) domésticos históricos, verificamos reduções de 7% (2006 ante 2005) e 19% (2007 ante 2006)", afirma.

Para o consultor Paulo Sampaio, a escalada dos preços pode ser explicada em parte pela falta de competição. A TAM teve 49,28% dos vôos em maio; Gol e Varig, 45,24%. "Está havendo redução nos descontos por falta de competição", diz.