A China negou nesta quinta-feira ter politizado a etapa no Tibete da tocha dos Jogos Olímpicos de Pequim, depois das críticas feitas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a declarações do líder do Partido Comunista Chinês (PCC) na região.

"Pelo que sei, a passagem da chama pelo Tibete aconteceu sem problemas", declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Liu Jianchao.

"A China se opõe à politização dos Jogos Olímpicos. Ao fazer estes comentários, as autoridades (chinesas) não têm como objetivo politizar os Jogos Olímpicos, mas criar uma atmosfera estável e harmoniosa para a competição esportiva", acrescentou, em referência às declarações do número um do PCC no Tibete, Zhang Qingli.

Este último pediu no sábado, durante a passagem da tocha por Lhasa, o esmagamento com firmeza dos "complô da camarilha do Dalai Lama e das forças estrangeiras hostis que buscam arruinar os Jogos Olímpicos de Pequim".

O COI criticou as palavras de Zhang.

"Escrevemos ao comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim para lembrar a necessidade de separar o esporte da política e pedir que atue para que estas situações não voltem a acontecer", afirma uma nota do COI.

Três meses depois dos violentos distúrbios em Lhasa, a passagem da tocha olímpica pelo Tibete provocou polêmica, enquanto a capital tibetana permanecia sob fortes medidas de segurança e restrições.