Economia Titulo Crise dos Alimentos
Preços dos alimentos devem continuar em alta
18/06/2008 | 07:22
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O superintendente técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Ricardo Cotta, afirmou nesta terça-feira que os preços dos alimentos devem continuar subindo no mercado interno. Uma estimativa divulgada nesta terça pela CNA mostra que os preços pagos aos produtores rurais tiveram aumento de 15,74% em reais no primeiro trimestre do ano. Em igual período, os índices de inflação dos alimentos subiram cerca de 2%, segundo Cotta.

"Muito pouco foi repassado para o consumidor final", afirmou ele, que fez um alerta aos consumidores. "A população vai sentir os impactos. O produtor não consegue mais produzir pelos custos antigos." Ele explicou que, devido ao ritmo de produção do País - a safra principal é colhida nos primeiros meses do ano -, os preços dos alimentos recuam no primeiro semestre e sobem no segundo.

Cotta lembrou que a alta dos preços dos fertilizantes influencia diretamente os preços finais dos alimentos, e que a previsão de incremento de 10% no PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio, neste ano, não representa aumento de rentabilidade para o produtor rural, item essencial para alavancar a produção agrícola. Parte da rentabilidade do setor tem sido corroída pela desvalorização cambial, frisou. "O aumento do PIB não significa riqueza", afirmou Cotta.

Levantamento feito pela CNA em dez Estados nos últimos meses revela aumento de 13% no custo de produção para a próxima safra de soja no município de Sorriso, no Mato Grosso, pólo produtor de grãos. Os gastos com fertilizantes representam 30% dos custos da atividade agrícola.

Para Cotta, a colheita das lavouras de arroz e feijão pode significar pequenos recuos de preços desses produtos, o que não acontecerá com a carne bovina. "Nos últimos anos, os custos subiram e os preços de venda caíram, o que provocou o abate de matrizes", afirmou.

IPC-S - Os preços dos alimentos continuam subindo, mas em ritmo menor. O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor-Semanal) se desacelerou na semana passada em relação à anterior em cinco das sete capitais pesquisadas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), que divulgou ontem resultados por regiões. Em São Paulo, o índice passou de 3,40% para 3,29%.




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