O líder do principal partido de oposição do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, afirmou nesta segunda-feira que está disposto a negociar com o partido do presidente Robert Mugabe se cessar a violência no país.
"Estamos dispostos a negociar com o ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica, no poder), mas obviamente é importante que sejam aceitos certos princípios antes que a negociação aconteça", declarou Tsvangirai a uma rádio sul-africana.
"Uma das condições prévias é, por exemplo, que cesse a violência contra o povo", acrescentou.
O governo do Zimbábue pediu a Tsvangirai nesta segunda que reconsiderasse a decisão de abandonar a eleição presidencial.
"Seria lamentável se Tsvangirai decidisse efetivamente se retirar desta eleição. Peço a ele e a seu partido que reflitam duas vezes e participem neste processo democrático", declarou o vice-ministro da Informação, Bright Matonga, à rádio pública sul-africana SAFM.
Tsvangirai anunciou no domingo que, diante da "orgia de violência", desistiu de enfrentar o chefe de Estado Robert Mugabe no segundo turno da eleição presidencial, previsto para a próxima sexta-feira.
Ao mesmo tempo, o governo zimbabuano pediu aos partidários que prossigam com a campanha para o segundo turno.
"É a 11ª vez que Tsvangirai ameaça se retirar do segundo turo das eleições presidenciais", declarou com ironia o ministro ae Justiça, Patrick Chinamasa, citado pelo jornal estatal The Herald.
"A Zanu-PF (partido de Mugabe) não levará esta ameaça a sério. Está caduca. Seguiremos adiante com nossa campanha para obter a vitória na sexta-feira", acrescentou Chinamasa, que também é porta-voz da União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica.
Por outro lado, a polícia do Zimbábue realizou uma revista na sede do principal partido de oposição, o Movimento por uma Mudança Democrática (MDC) em Harare.
Mais de 10 policiais entraram na sede do MDC e detiveram cerca de 60 militantes e simpatizantes do partido, que foram levados do lugar em ônibus, enquanto outros agentes bloqueavam o trânsito no bairro.
"Vamos determinar quantas pessoas foram detidas e a razão pela qual fizeram essa revista em nossos escritórios", declarou o porta-voz Nelson Chamisa.
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