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Cliente abandona prestações neste ano

Pesquisa revela que o dinheiro é o mais citado como opção de pagamento de compras de Natal

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
08/12/2011 | 07:42
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Assumir dívidas em vários meses para pagar os presentes de Natal não está nos planos da maioria dos consumidores da região. Cerca de 60% dos moradores pretendem comprar as lembrancinhas com dinheiro e cartão de débito. E os maiores valores, como reflexo da consciência financeira e precaução da população, serão liquidados com o cartão, mas não o de crédito, e sim de débito.

Os consumidores estão mais preocupados em pagar suas dívidas. Tanto que do cerca de R$ 1,1 bilhão injetado na economia da região por meio da primeira parcela do 13º salário, conforme cruzamento de dados do Censo 2010, apenas R$ 300 milhões serão gastos com presentes de Natal. "É sinal de que as pessoas pagaram as contas com a primeira parcela", disse o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio.

Os dados são da Pesquisa de Intenção de Compra - Natal de 2011, divulgada ontem pela Metodista. O estudo foi realizado com entrevistas de 422 consumidores de toda a região e apresenta grau de confiança de 95% e margem de erro de 4,7%. O levantamento aponta para preço médio por lembrança, na região, de R$ 148, valor impulsionado pelas famílias com maior renda, acima de R$ 10,9 mil, que puxaram o resultado com valor médio de R$ 403.

O porteiro de São Bernardo Ricardo Bernardi está ciente de que não é o momento de assumir novas dívidas. "Vou pagar tudo no cartão de débito e com dinheiro."

Com a intenção de comprar presentes para seus filhos, sogra e mulher, ao todo cinco pessoas, Bernardi explicou que vai gastar entre R$ 30 e R$ 40 por pessoa. "E vou procurar pelas ruas aqui do Centro (de São Bernardo)", destacou.

A pesquisa aponta que o dinheiro em espécie será a principal modalidade de pagamento do pacote de presentes, citado por 39% do universo da pesquisa.

O cartão de crédito, que tem a facilidade de parcelamento da dívida e a ameaça de altos juros se houver atraso, é a intenção de 35% dos entrevistados.

Mas o cartão de débito completa o pacote de previsões de pagamentos à vista afim de evitar o endividamento. Segundo a PIC, 21% dos consumidores vão utilizar o plástico que exige a conta-corrente no azul.

Vestuário é o presente que mais agrada

O dentista Wellington Lima, de São Bernardo, pretende presentear seis pessoas no Natal. "Todas elas que mantenho relacionamento direto, como minha mãe, mulher, filho e irmão", disse. Em média, ele vai gastar R$ 60 com cada presente. E revelou que comprará roupas ou calçados para os seus parentes. "Vou pagar tudo à vista porque já me enrolei muito, antigamente, no cartão de crédito", garantiu.

Lima ainda não sabe, mas as chances de seus presentes agradarem por completo os seus parentes são grandes. Segundo a Pesquisa de Intenção de Consumo da Metodista, 30,1% das consumidoras, e 21,9% dos homens, do Grande ABC desejam ganhar itens de vestuário ou calçados.

O professor Laerte Fernandes pretende gastar cerca de R$ 300, mas será para duas pessoas. E também deverá agradar os seus presenteados. "Acho que vou comprar roupas e calçados", disse.

As mulheres, que mais querem itens de vestuários, apresentaram como a segunda maior preferência os pacotes de viagens. A PIC aponta que 14,6% delas querem passar alguns dias em lugares diferentes.

No entanto, os homens não seguem esta tendência. A segunda maior preferência deles poderá sair um pouco mais salgada no bolso. Isso porque 19,8% dos entrevistados afirmaram que aguardam ganhar no Natal uma moto ou um carro.

A viagem vem em terceiro lugar para eles, como os veículos estão na terceira posição de preferência das mulheres.

PRESENTEADOS

O levantamento da Metodista apontou que quanto maior a renda, mais elevado é o número de presenteados.

Enquanto o consumidor enquadrado no grupo de renda entre R$ 545 e R$ 1.090 pretende dar presentes a três pessoas, quem ganha entre cinco e dez salários-mínimos, ou R$ 2.725 até R$ 5.450, terá quatro presenteados. O grupo de consumidores com renda acima de 15 salários-mínimos, a partir de R$ 8.715, pretende presentear oito pessoas.

Lojas de Sto.André e S.Bernardo são preferidas

Cerca de 40% dos consumidores da região pretendem comprar os presentes de Natal fora das cidades em que residem, revelou a Pesquisa de Intenção de Consumo da Metodista. Dentre os 422 entrevistados, 168 afirmaram que vão gastar em outros municípios.

Santo André e São Bernardo são as cidades mais citadas como local de compra, destacou o coordenador do estudo e professor de Economia da Metodista, Sandro Maskio.

 "O comércio das duas cidades é bem mais estruturado. Isso levando em conta tanto lojas de rua quanto os shoppings. E isso acaba atraindo mais os consumidores", explicou Maskio.

SHOPPINGS

O estudo aponta que os consumidores com menor renda mensal têm maior intenção de comprar no comércio de rua. E quanto mais sobe o valor médio do rendimento, mais eleva a intenção de consumo nos shoppings.

No grupo de entrevistados com renda familiar de até um salário-mínimo, ou até R$ 545, 58,3% pretendem aquirir os presentes nas lojas dos centros das cidades. O restante irá aos shoppings.

Por outro lado, o cenário é diferente para os consumidores cuja renda domiciliar é superior à 20 salários-mínimos, ou acima de R$ 10,9 mil. Apenas 7,1% desse grupo pretendem procurar os presentes nos estabelecimentos comerciais das ruas dos centros. O restante, 86%, vai aos shoppings.

 "Esse grupo de consumidores está mais preocupado com a sofisticação, o conforto e maior segurança na hora das compras, portanto vai aos shoppings", analisou Maskio.

INTERNET

A internet, como meio de compras, foi pouco citada pelos entrevistados, mas a média de gasto por presente estimada é de R$ 216. A maior representatividade ocorreu no grupo com renda entre 15 e 20 salários-mínimos (R$ 8.175 a R$ 10,9 mil), no qual 9,1% pretendem adquirir os presentes pelos sites de compras.




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