Economia Titulo Crise
Medidas adotadas pelo governo são insuficientes

Ações darão algum fôlego em 2012, mas não são a solução

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
08/12/2011 | 07:30
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Com as incertezas em relação aos efeitos da crise europeia na economia brasileira, economistas e industriais citam que as medidas adotadas para reativar o crescimento do País são paliativas e podem dar algum fôlego para 2012, mas estão longe de resolver problemas estruturais do País.

Para o professor de Economia e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, o resultado do terceiro trimestre do Produto Interno Bruto do Brasil veio abaixo do esperado pelo governo, que havia atuado para desacelerar a economia no início do ano. "O governo não esperava contribuição negativa tão grande vinda do Exterior", avalia.

Balistiero diz que as reduções de tributos adotadas agora - como para a linha branca de eletrodomésticos (fogão e geladeira, por exemplo) - são medidas pontuais, para reverter o desaquecimento no curto prazo, mas ele confia em crescimento de 3% a 4% na economia em 2012.

O professor de Economia Alcides Leite, da Escola Trevisan de Negócios, também avalia que a diminuição de tributos para algumas áreas devem surtir efeito para a indústria. "Mas o País precisa aumentar o volume de investimentos", afirma. Para isso, ele considera que será necessário elevar investimentos públicos, mas com rigor fiscal.

Na área automotivo, o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados para os carros importados em 30 pontos percentuais - que passa a valer a partir do dia 16 até dezembro de 2012 -, entre outras ações, pode ajudar a indústria nacional.

No entanto, fica a expectativa de ações que deem mais competitividade ao País, salienta Pawel MacNicol, diretor-geral da Cosma do Brasil, empresa que faz parte  da Magna, quarta maior indústria de autopeças do mundo. "Há questões como infraestrutura, carga tributária, capacitação de mão de obra que a gente espera que o governo atue. Mexer no IPI dos carros e no IOF dos financiamentos ajuda só seis meses", avalia. O grupo Magna - que acaba de adquirir a ThyssenKrupp Automotive, que tem fábrica em São Bernardo - investe para se tornar a líder em sistema de chassis no País.

LENTIDÃO - Por sua vez, o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, reclamou ontem da lentidão do governo na adoção de medidas para incentivar o desenvolvimento do setor industrial, em meio à crise econômica mundial. "Nós precisamos que as medidas sejam mais ágeis. A gente tem visto que alguns setores começam a enfrentar dificuldades", disse. Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, mas, segundo ele, sem conversar sobre o assunto, Andrade declarou que a estagnação do crescimento econômico era previsto pelo setor industrial. Ele se queixou da demora na implantação das medidas anunciadas, principalmente em relação à Receita Federal. "Existem medidas que dependem de regulamentação da Receita Federal que também têm um certo atraso na implantação", destacou.




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