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Testemunha ouviu explosão antes da tragédia no Metrô
30/05/2008 | 09:29
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Uma testemunha considerada chave pelo Ministério Público Estadual confirmou na quinta-feira o que técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) já haviam constatado durante as investigações sobre o desabamento das obras da futura Estação Pinheiros do Metrô: houve uma explosão, que não consta dos diários de obra apresentados pelo Consórcio Via Amarela, 2h45 minutos antes da tragédia. Embora não haja relação direta de causa e efeito entre os dois eventos, essa detonação confirma a tese da acusação de que o ritmo das escavações foi acelerado nas semanas que antecederam o colapso.

Em seu depoimento de quinta-feira, a maquiadora Carmen di Leoni disse ter sentido um forte tremor de terra ao meio-dia do dia 12 de janeiro de 2007. Em seguida, notou que a porta da sala não fechava, tendo inclusive soltado do batente. "Fui falar com um engenheiro da obra porque percebi que havia alguma coisa errada. Cheguei a avisar que, se eles fizessem a detonação das 15h, podiam chamar o carro do IML porque ninguém sairia vivo", falou a ex-moradora do nº 87 da Rua Capri, vizinho ao trecho 'engolido' pela cratera.

Os primeiros sinais de que o terreno estava instável, disse ela, surgiram às 8h. Após explosões programadas e documentadas, a janela tipo colonial do quarto dela ficou emperrada. "Dez minutos depois, fui ao canteiro para reclamar com os funcionários. Fiquei surpresa ao sentir as detonações ao meio-dia.

O desabamento da estação aconteceu às 14h45, duas horas e quarenta e cinco minutos depois da última queixa de Carmen aos engenheiros do Via Amarela. O consórcio confirma as detonações feitas por volta das 8h, mas nega ter feito qualquer explosão depois disso.

O relatório oficial sobre o acidente que deixou sete mortos e 230 desabrigados em janeiro de 2007 será divulgado na próxima semana pelo IPT. O documento servirá como base para a responsabilização criminal dos encarregados pelo projeto, execução e fiscalização das obras da Linha 4 (Amarela). "Não há qualquer possibilidade de esse inquérito ser arquivado", assegurou o promotor Arnaldo Hossepian Júnior. As informações são do Jornal da Tarde.




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