Os trabalhadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) decidiram manter a paralisação iniciada ontem, após uma tentativa, sem sucesso, de acordo mediado pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) sobre a campanha salarial. Os funcionários da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) também cruzam os braços hoje, na véspera do Dia do Meio Ambiente.

Os funcionários da empresa de saneamento querem reajuste salarial de 15% de aumento real, mais a correção da inflação - 4,70%, de acordo com ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).

No entanto, a última oferta do governo estadual antes da greve foi de elevação nos rendimentos de 4,51% - inflação medida pelo IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) - foi rejeitada pela categoria. Na reunião conciliatória na Justiça, a proposta foi melhorada, com 0,5% de aumento real, mas novamente os funcionários rejeitaram.

"O avanço foi muito pequeno. Está muito longe do que reivindicamos", explica René Vicente dos Santos, diretor de Imprensa do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo).

Segundo o sindicalista, outro ponto que desagradou os trabalhadores foi a redução de 98% para 95% do percentual dos 16.850 funcionários com estabilidade no emprego.

Silva também afirmou que 30% da categoria está trabalhando para manter o serviço.

A Sabesp não quis se pronunciar sobre a greve.

CETESB
Na estatal que cuida das questões ambientais, além da reivindicação salarial - a mesmo da Sabesp -, há também o descontentamento dos funcionários em relação ao plano de cargos e salários, que foi prometido e não-cumprido.

A Cetesb emprega 2.500 pessoas. Juntas, as duas empresas estaduais têm aproximadamente 250 funcionários no Grande ABC.