Os taxistas que adaptaram seus veículos para rodarem com o GNV (Gás Natural Veicular) estão insatisfeitos com o aumento do preço em 40,82%. Nas bombas dos postos da região, o reajuste foi, em média, de R$ 0,40. O valor do metro cúbico saltou de R$ 1,09 para R$ 1,49. "Prejudica os taxistas e os motoristas que optaram por este tipo de combustível. Especialmente os que têm veículos que originalmente funcionam a álcool já que o preço é o mesmo", afirma o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de Santo André e Região, Odemar Ferreira.

O presidente da entidade ressalta que a economia na bomba - em média 1 m³ percorre 13 quilômetros, enquanto um carro mil movido a álcool percorre, na média, 9 quilômetros - não compensa os gastos com a manutenção. "O motor sofre muito mais quando movido a gás do que com gasolina e álcool e a economia no valor do combustível não vale mais a pena", completa.

A afirmação é confirmada por Ronaldo Weber, mecânico de veículos de passeio há 35 anos. "Os componentes do motor não são apropriados para o uso do gás que, ao contrário do álcool ou da gasolina, é seco. Ele não permite a refrigeração e com isso provoca desgaste em várias peças". Ele ainda lembra que carros convertidos para o GNV perdem, em média, 30% da potência.

De acordo com o sindicato, no Grande ABC há cerca de 1.370 taxistas autônomos, sendo que 30% destes adaptaram seus veículos para o GNV. O presidente, no entanto, preferiu não comentar se haverá redução no consumo deste tipo de combustível. "Ainda é muito recente para se fazer previsões", disse.

O taxista Sebastião Sobrinho da Silva, que adaptou o carro movido a álcool para o GNV, diz que voltará para o álcool. "Já recuperei o investimento de quase R$ 3.000 no kit gás, e o álcool prejudica menos o motor. Além disso, considero o aumento abusivo", disse.

Para o técnico em eletrônica e funcionário de uma oficina convertedora, Cristiano Martins, haverá queda no número de conversões. "A alta do preço assusta o motorista e quem tinha dúvida vai desistir".