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China flexibiliza política do filho único após terremoto

Pais que perderam o filho único na tragédia poderão ter outra criança ou adotar órfãos

Da AFP
27/05/2008 | 08:51
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As autoridades chinesas ordenaram nesta terça-feira a evacuação de 80 mil pessoas por causa do temor de ruptura de uma represa natural formada após o terremoto de 12 de maio em Sichuan (sudoeste da China), que deixou 88 mil mortos e desaparecidos. Além disso, anunciaram uma mudança na política do filho único após a catástrofe.

O terremoto deixou 67.183 mortos confirmados e 20.790 desaparecidos, segundo um balanço ainda provisório anunciado nesta terça-feira pelo governo. O número de feridos no terremoto, de 8 graus na escala Richter, chega a 361.822.

Como muitas vítimas fatais eram crianças, o governo do país anunciou nesta terça-feira aos desesperados sobreviventes que a rígida política de planejamento familiar será flexibilizada, para permitir aos pais que perderam o filho único na tragédia que tenham outra criança ou possam adotar órfãos.

A imprensa oficial informou que as equipes de resgate pretendem deslocar 80 mil pessoas que vivem perto de um lago artificial criado pelo terremoto até o fim da terça-feira para evitar uma nova catástrofe. Quase 70 mil já foram retiradas da região de Beichuan. A nova represa natural se formou quando o terremoto de 12 de maio provocou deslizamentos de terra que bloquearam o rio Jian.

A terra não pára de tremer no país, que registrou um novo tremor secundário violento nesta terça-feira, de 5,4 graus na escala Richter. A réplica foi sentida na capital provincial, Chengdu. Trinta minutos depois, outro tremor secundário, de 5,7 graus, estremeceu a vizinha Shaanxi, segundo a agência estatal Xinhua (Nova China).

As autoridades se mantêm em estado de alerta para milhares de réplicas e outros riscos, ao mesmo tempo que fornecem alimentos, abrigo e assistência médica aos milhões de desabrigados. Uma das tarefas mais urgentes é evitar que uma represa natural - uma das 35 que representa um perigo potencial - inunde uma área na qual vivem 1,3 milhão de pessoas.

Soldados equipados com dinamite tentam abrir passagens em meio aos escombros que bloqueiam o curso do rio para reduzir o nível do lago, que segundo cálculos está retendo 130 milhões de metros cúbicos de água.

Liu Ning, engenheiro chefe do Ministério de Recursos Hídricos que supervisiona a operação, explicou que a população está sendo deslocada por precaução. "É melhor que reclamem dos incômodos provocados pela evacuação do que chorem depois de uma nova catástrofe", afirmou.

É impossível chegar ao lago pela estrada, pela qual as equipes de soldados, engenheiros e policiais se vêem obrigados a seguir a pé em um terreno íngreme. A tudo isto se somam as previsões de mais chuvas, que ameaçam dificultar as operações e aumentam o nervosismo da população, instalada em acampamentos improvisados perto de suas casas destruídas.




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