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'Memórias do Olímpico' alertam S.Paulo

As imagens daquele 9 de maio de 2007 ainda estão vivas na memória dos jogadores do São Paulo

Raphael Ramos
Do Diário do Grande ABC
21/05/2008 | 07:17
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As imagens daquele 9 de maio de 2007 ainda estão vivas na memória dos jogadores do São Paulo. A eliminação nas oitavas-de-final da Copa Libertadores da América diante do Grêmio, no estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS, serve de lição para o Tricolor, que nesta quarta-feira enfrenta o Fluminense, às 21h50 (Globo e Sportv), no Maracanã, no jogo de volta das quartas-de-final do torneio continental.

O script do duelo de hoje é muito parecido com o do ano passado. Depois de vencer por 1 a 0 no estádio do Morumbi, o São Paulo enfrenta um rival brasileiro fora de casa com a vantagem do empate - pode até perder por um gol de diferença, desde que não seja 1 a 0, placar que leva a decisão para os pênaltis. Os são-paulinos, no entanto, esperam um final diferente ao de 2007, quando o Tricolor perdeu por 2 a 0 e deu adeus ao sonho do tetra da Libertadores.

"Já tivemos a experiência do ano passado, quando vencemos e achamos que poderíamos jogar pelo empate, mas no Olímpico acabamos surpreendidos. Agora, estamos melhor preparados", disse o zagueiro Alex Silva.

O jogador, inclusive, garante que o Tricolor não vai se preocupar com a vantagem construída na primeira partida. "O fato de ter feito 1 a 0 e de jogarmos pelo empate não significa que vamos querer segurar esse resultado", afirmou.

Alex Silva chegou a lembrar das semifinais do Campeonato Paulista de 2007, quando o Tricolor foi eliminado pelo São Caetano em pleno estádio do Morumbi. "Empatamos por 1 a 1 e depois tomamos quatro gols no jogo de volta", disse. Assim, não resta alternativa ao São Paulo, que não seja atacar. "Com todo respeito ao Fluminense, temos de impor o nosso jogo."

Já o técnico Muricy Ramalho, que teve seu cargo ameaçado depois da eliminação diante do Grêmio no ano passado, prefere esquecer aquele confronto. Mas ele também garante que o Tricolor vai pressionar o Fluminense, mesmo jogando no estádio do Maracanã.

"O que passou, passou. Se vocês (jornalistas) não falam disso (derrota para o Grêmio), eu não ia nem lembrar. Não se pode aprender muito com as derrotas, senão o cara se acostuma. Por isso, nem falo muito essa palavra para o grupo. Temos de acordar pensando só na vitória", afirmou.

Em casa, Adriano é a aposta são-paulina para chegar à semi

Carioca da favela Vila Cruzeiro, o atacante Adriano volta hoje ao estádio do Maracanã depois de sete anos. Desde 2001, quando deixou o Flamengo e foi para a Inter de Milão, da Itália, ele não atua no Rio. Na semana passada, inclusive, o artilheiro do São Paulo na temporada (16 gols) disse estar com saudades do Maraca. E o técnico Muricy Ramalho confia que o Imperador pode mais uma vez fazer a diferença para o Tricolor - no jogo de ida, foi ele quem marcou o único gol da partida.

"O Adriano está muito feliz pelo momento que está vivendo (semana passada foi convocado para a seleção) e contente com o grupo. Ele vai voltar para a terra dele e isso dá uma friozinho na barriga, mas ele está muito confiante e, com certeza, é um jogador que o Fluminense vai ter muita atenção na marcação", disse Muricy.

O treinador não confirmou o time titular do São Paulo. A principal dúvida é no meio- campo: Jorge Wagner, recuperado de uma lesão no joelho direito, pode entrar no lugar de Hugo.

Legado do ‘Mestre Telê' inspira o discípulo Muricy Ramalho

Telê Santana, morto em 2006, é personagem marcante tanto na história do São Paulo como na do Fluminense. Pela equipe carioca, jogou 557 partidas e marcou 162 gols, sendo o terceiro atleta que mais atuou pelo clube e seu terceiro maior artilheiro. Pelos paulistas, como treinador, conquistou duas Libertadores, dois Mundiais, um Brasileiro, dois Paulistas, entre outros títulos. E, no duelo de hoje, o legado do Mestre Telê estará presente no Maracanã, principalmente no lado são-paulino com o discípulo Muricy Ramalho.

"O que aprendi com ele é que o treinador sempre deve dar muita confiança para seus atletas. O treinador tem de preparar muito bem a sua equipe antes de jogos importantes para tirar a ansiedade dos atletas. E, como ele dizia, ‘se não dá para ser perfeito, devemos tentar chegar perto'. Eu ainda estou tentando isso. Ele foi um cara que ganhou tudo no futebol, mas eu ainda estou tentando chegar perto dessa perfeição, que é uma coisa muito difícil", disse Muricy.

O treinador também destacou o comportamento do rival Renato Gaúcho, que na semana passado minimizou a derrota para o São Paulo, em um claro gesto de apoio e confiança ao elenco carioca. "É trabalho da comissão-técnica e da diretoria levantar o moral do grupo. É assim que se faz. O duro é quando perde e o pessoal fica cornetando", afirmou.

No Flu, o atacante Dodô deve ser a novidade após a viagem à Suíça para se defender da acusação de doping na Corte Arbitral do Esporte. Fora de campo, existe a denúncia da venda de 5.000 ingressos falsos para o jogo.




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