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Steinbruch pretende dividir a CSN e buscar capital
21/05/2008 | 07:09
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Convencido de que os ativos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) estão subvalorizados, o presidente da empresa, Benjamin Steinbruch, está disposto a adotar uma estratégia que destoa da sua fama de executivo centralizador.

Ele planeja separar os diferentes negócios da companhia em empresas independentes, subsidiárias à CSN, e vender uma parte desses ativos para sócios estratégicos, além de considerar emissões de ações dessas empresas. Com isso, pretende chamar a atenção do mercado para o que acredita ser o real valor dos seus ativos. "Uma coisa é eu achar que os ativos valem. Outra é o mercado pagar por isso", disse.

O primeiro passo da estratégia já está em prática. Com a ajuda do Goldman Sachs, a CSN colocou à venda uma fatia de 30% a 40% da mineradora Namisa (Nacional Minérios). O executivo destacou, no entanto, que a entrada de sócios será restrita a participações minoritárias. "A empresa não está em liquidação", disse, bem-humorado.

"Já tivemos mais de 40 propostas de tradings japonesas, chinesas, siderúrgicas e mineradoras", disse. O empresário afirma que "gostaria de concluir a operação rapidamente, até julho. A intenção é vender uma parcela minoritária, de 30% a 40%, que pode ser feita para investidores estratégicos ou para o mercado".

Com os recursos obtidos na venda de uma fatia da Namisa, a CSN que zerar o endividamento e ficar com dinheiro em caixa para projetos orgânicos e eventuais aquisições. "É uma situação confortável que nunca tive oportunidade de experimentar. Mas a venda também é uma chance de valorizar os ativos da Casa de Pedra de forma indireta. Uma coisa é eu achar o que os ativos valem. Outra é o mercado pagar por isso."

A Namisa é o primeiro movimento, mas o empresário pretende fazer o mesmo com outros grupos de ativos. "Na minha cabeça, vale o modelo de ter uma operação de siderurgia, uma de mineração, uma de logística, uma de energia, uma de cimento. Todas separadas e fechadas em cima, na CSN. Ao ir ao mercado e vender partes destes grupamentos de ativos, vamos monetizar uma parte pequena e o mercado vai atentar para o real valor dos ativos", disse.

Ele também afiançou que a proposta de abertura de capital de Casa de Pedra continua a valer. "Estamos dentro da mesma estratégia anunciada no ano passado. Minha idéia é fazer isso com todos os negócios", finalizou.




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