Fahel Júnior, 44 anos, não é mais o técnico do Santo André. Sérgio Soares, recontratado à noite de quarta-feira, se apresenta no estádio Bruno Daniel às 15h desta quinta. Os dois tropeços do time na Série B do Brasileiro complicaram a permanência do treinador, que na quarta-feira esteve na sala do presidente Ronan Maria Pinto para relatar detalhes dos primeiros contratempos no início do campeonato. O diretor-geral do clube, Sérgio do Prado, também participou da rápida reunião que serviu para analisar o instável começo na atual campanha nacional.

Depois do encontro, os dirigentes e Fahel concluíram que, nas atuais circunstâncias, a troca de comando pode motivar o grupo e recolocar o Santo André na rota da reabilitação imediata. "É preciso reconhecer a competência do Fahel. Isso não se discute. Tanto é que escapamos do rebaixamento à Série C no ano passado e agora conseguimos o acesso à elite estadual. Tudo bem. Só que o futebol é assim. Depende basicamente dos resultados. Infelizmente, não existe fórmula mágica", disse Ronan, ao se referir às duas derrotas consecutivas que colocaram o Santo André na incômoda vice-lanterna da Série B.

Trajetória - Ao assumir o Santo André, coincidentemente na vaga de Sérgio Soares, que agora retorna, Fahel conseguiu tirar o time do Grande ABC da beira do abismo na Segundona de 2007. O recente acesso à elite como vencedor do Grupo A da Série A-2 do Paulista valorizou ainda mais o currículo de quem chegou a atuar 11 temporadas no futebol japonês. Lá, Fahel conquistou diversos títulos como técnico e jogador.

Ao trocar as categorias de base do São Caetano pelo Santo André, Fahel se impunha como poucos pela ousadia tática ao adotar um esquema bem ofensivo. Recentemente, porém, o barco já balançava e o comandante não teve como escapar das rotineiras turbulências que ditam os rumos das marés representadas pelos placares favoráveis ou desfavoráveis.

Na Série B de 2007, Fahel ganhou quatro jogos nas últimas cinco rodadas que salvaram o Santo André. Na Série A-2, foram 14 vitórias, oito empates e três derrotas.

Ex-comandante agradece ao clube, mas ataca opositores

Fahel Júnior garantiu que sai do Santo André sem mágoas. A exemplo do presidente Ronan Maria Pinto, Fahel reconhece que um técnico não sobrevive sem bons resultados. "Tenho a consciência de que dei o melhor de mim na Série B do ano passado e no atual acesso ao grupo de elite do Campeonato Paulista, mas bastaram duas derrotas para que as coisas mudassem", disse.

Apesar de tudo, Fahel agradeceu à diretoria pela chance de comandar o Santo André. "Preciso reconhecer que aqui me projetaram no futebol paulista. O Ronan e o Romualdo (Magro Júnior, vice-presidente da Gestão Empresarial) sempre me deram a necessária retaguarda, mas os meus opositores procuravam atrapalhar. Dei a minha resposta no campo. Os números não mentem. A matemática é uma ciência exata", reagiu Fahel, que reclamou das supostas interferências de alguns. "Houve, sim, quem tentasse me prejudicar", desabafou, ao se referir às críticas eventuais.