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APLs do Grande ABC são de referência para outras iniciativas no País
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
25/05/2008 | 07:38
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O Grande ABC é conhecido pela força de suas fábricas, mas por trás das gigantes estão as pequenas indústrias. E muitas MPEs (Micro e Pequenas Empresas) da região têm o espírito de grande empresa, unidas em uma só organização. São os APLs (Arranjos Produtivos Locais), que fortalecem as posições das pequenas companhia frente ao mercado e unificam a gestão das cadeias produtivas.

"Existe na região um enorme potencial para esse tipo de associação, porque temos um grande universo de MPEs", explica a diretora regional do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo) no Grande ABC, Josephina Cardelli. Embora não haja uma medição oficial, a diretora garante que há aumento na geração de vagas nas empresas em associação.

Josephina diz que as iniciativas cresceram de tal forma nas sete cidades que hoje são referência para outros locais do Brasil. "Os primeiros que surgiram - moveleiro, autopeças, ferramentarias e plásticos - vieram de diagnósticos econômicos do Grande ABC. Percebeuse que esses segmentos são estratégicos e precisavam de apoio."

Para iniciar um projeto de APL, no entanto, é preciso fazer uma "sensibilização" das companhias quanto à importância do empreendimento. "Isso é um grande desafio, porque temos uma cultura de concorrência muito forte. Falar em cooperação, nesse contexto, é algo complicado." Mas, segundo Josephina, quando as empresas percebem os benefícios da união, a relação fica mais fácil e os empresários se sentem motivados.

"Essas empresas têm problemas comuns, como falta de mão-de-obra especializada, e dificuldades em negociações quando estão sozinhas. Com a criação do APL, passa a se ter uma série de articulações e negociações que, isoladamente, seria difícil para uma MPE conseguir", explica.

A diretora conta que a região está entrando, agora, em um novo patamar: os acordos entre os APLs. Ela revela que ainda neste primeiro semestre haverá um encontro entre os representantes das associações do Grande ABC, com o objetivo de debater pontos para uma ajuda recíproca. "É uma questão de tempo até que os arranjos comecem a negociar entre si", afirma.

Autopeças e gráficas serão as próximas

Mais um setor industrial tradicional vai ganhar um APL: as gráficas. A diretora regional do Sebrae-SP, Josephina Cardelli, revelou que já estão em andamento as negociações para a formação de um APL nesse segmento. "Já temos um trabalho bem-conceituado nesse sentido."

Outra associação que está em fase de formulação é o Pólo de Autopeças de Diadema. Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico do município, Ivoleide Dutra, o arranjo já entrou na fase de formatação jurídica do projeto.

Essa, no entanto, não é a única novidade que está sendo preparada em Diadema. "Também estamos considerando a criação de uma agência municipal de fomento, destinada a gerar incentivos para os processos produtivos, com disponibilização de verba", revela a secretária. "Temos de pensar a cidade a longo e médio prazo e acolher a demanda dos empresários."

Segundo Ivoleide, a falta de mão-de-obra qualificada é o que mais motiva as empresas de autopeças de Diadema a formar um APL.

"Houve casos de indústrias que perderam uma concorrência por causa da baixa escolaridade dos funcionários e isso é algo grave. Temos de buscar incentivos para qualificação e o Pólo vai ajudar nisso."




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