Economia Titulo Empregos
Indústria influencia outros segmentos
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
25/05/2008 | 07:50
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O crescimento na geração de vagas de trabalho na indústria no Grande ABC não é comemorado somente pelo setor. Os empregos criados nessa área também incrementam outros segmentos, pois puxam o consumo como um todo, o que faz aumentar as oportunidades no comércio e nos serviços.

"As vagas na indústria são o que chamamos de ‘emprego de qualidade', pois são os melhores salários, que acabam gerando consumo e movimentam outros setores", explica o sociólogo do Observatório Econômico de Santo André, Paulo Henrique da Silva.

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, a região apresenta um saldo de 5.908 contratações na indústria com carteira assinada nos quatro primeiros meses deste ano.

"A indústria, especificamente na produção, é um dos setores que mais abriram vagas no Grande ABC neste ano. E ainda estamos com uma demanda alta de mão-de-obra na região", afirma Humberto Rubens, supervisor do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) de São Bernardo.

No início deste ano, a General Motors, a Saargummi. a Volkswagen, a Prensas Schuler, a Mercedes-Benz e a BridgestoneFirestone, por exemplo, juntas abriram quase 3.000 oportunidades.

Esse crescimento do setor industrial não é algo que atinge apenas a região, mas todo o País. No último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o destaque nas contratações foi para a indústria.

Até abril, foram abertas 139 mil vagas na área industrial, no País, das quais 59 mil somente no último mês. "Se houver mudanças nesse quadro, será apenas um ajuste do mercado e não cortes, pois o ritmo de contratações está forte", diz Silva.

Região demanda mais qualificação

Para o coordenador do CPETR (Centro Público de Emprego Trabalho e Renda) de Diadema, Luiz Manuel, os centros de qualificação profissional do Grande ABC não são suficientes para atender a demanda do mercado de trabalho industrial na região.

"Temos vagas, há crescimento de oportunidades, mas as empresas exigem profissionais especializados, o que dificulta o preenchimento dos postos", afirma.

Segundo Manuel, no caso de Diadema, a demanda por pessoas qualificadas para o setor de autopeças e cosméticos não é atendida pelas instituições de capacitação.

"E o número de pessoas formadas por ano nas escolas técnicas é insuficiente para a demanda da região. Os cursos precisam se voltar mais para a vocação do Grande ABC", alerta.




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