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Candidato ao Senado da Itália pede votos da região
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
13/02/2013 | 07:54
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Único brasileiro a se candidatar ao Senado da Itália, Fausto Longo (Partido Democrático) faz campanha no Grande ABC erguendo a bandeira de desburocratizar a emissão da cidadania italiana no País.

A eleição ocorre entre os dias 24 e 25. Os cerca de 300 mil brasileiros que possuem a dupla cidadania já receberam o kit eleitoral e podem manifestar o voto via correio até o dia 21. Com 1,3 milhão de eleitores, a América do Sul tem cota de duas cadeiras no Senado e quatro no Parlamento, que equivale à nossa Câmara dos Deputados. A escolha dos representantes do Legislativo é feita em lista.

Longo concorre em dobrada com o deputado Fabio Porta (PD), que tenta renovar o mandato. Porta é italiano, porém, casado com uma brasileira. A dupla representa a frente de centro-esquerda, opositora ao grupo de centro-direita do polêmico ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. O candidato majoritário da oposição, Pier Luigi Bersani, tem ligeria vantagem na última pesquisa divulgada.

Fausto Longo, que tentou uma vaga no Parlamento em 2008, atua na direção da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e é filiado ao PMDB. Além de São Paulo, Longo busca votos em toda a região Sudeste, Uruguai, Venezuela e Peru. "Em 2008 somente 23% dos ítalo-brasileiros votaram. Pelo empenho e desgaste de se conquistar a cidadania italiana, é importante exercer o voto", comentou. Se eleito, promete marcar presença nas sessões do Senado sem abandonar os sul-americanos.

Crítico do corpo consular no Brasil, Longo compara a estrutura com a Argentina, que tem cerca de 600 mil cidadãos ítalo-argentinos. "Só em Buenos Aires são cinco consulados italianos. No Brasil todos nós temos cinco. Em Vitória (ES), por exemplo, 70% da população é descendente de italianos e quem precisa do consulado tem que ir até o Rio de Janeiro. Pode isso? Na Argentina, a emissão da cidadania demora de uma semana a 90 dias. Aqui, são de cinco a dez anos."

Para Longo, o ítalo-brasileiro tem sido tratado como cidadão de segunda categoria. "Ainda não sabemos o porquê. Se você tem um país com 58 milhões de pessoas que perdeu o rumo do desenvolvimento (Itália), onde as pessoas têm estudo mas não têm trabalho, é preciso unir os outros 80 milhões de ítalo-descendentes (pelo mundo)." O fortalecimento dos laços italianos é visto como oportunidade de recuperar a economia. "Cultura se reflete no consumo de marcas e produtos italianos."

Embasado nessa teoria, ele pretende convencer o governo italiano de que a ampliação de consulados no Brasil e divulgação da cultura é investimento e não gasto. "Eles não têm conhecimento sobre o que são os descendentes na América do Sul. Não queremos a cidadania para invadir a Itália e ‘roubar' empregos. A economia brasileira é equivalente à italiana, podemos ser, também, uma porta de entrada para eles. Não aprendem na escola que metade da Itália deixou o país no passado para construir as três Américas. Eles teriam orgulho de saber disso."




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