Em um início de ano em que o dólar registrou contínua baixa frente ao real, a produção da indústria química nacional mostrou queda de 0,88% no primeiro trimestre na comparação com mesmo período do ano passado, segundo dados da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).

A retração se deu ao mesmo tempo em que o consumo aparente (fabricação nacional mais importações menos as exportações) cresceu no período 3,23%, com uma expansão de 2,49% nas compras de itens importados e uma queda de 28,36% nas vendas desses produtos ao Exterior.

Os dados do consumo aparente mostram que a atividade econômica do País se mantém aquecida, mas que tem havido a substituição de insumos nacionais por importados nos processos produtivos das indústrias brasileiras, de acordo com a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Ferreira.

A diretora ressalta que a variação negativa no indicador de produção se deve também à influência da base fraca de comparação em relação a 2007. Fevereiro deste ano, que registrou recuo de 6,49%, teve menos dias úteis que o mês do ano passado. "Há um efeito estatístico, em abril deve começar a melhorar", disse.

Dentre os segmentos da indústria química, a fabricação de itens petroquímicos básicos - produzidos por exemplo pela Petroquímica União, de Santo André - caíram 2,05% nos três meses iniciais, e as resinas termoplásticas - fabricadas por exemplo pela Nova Petroquímica e pela Polietilenos União, ambas de Mauá - tiveram retração de 1,08%.

PREÇOS

No acumulado do ano até março, o setor registra elevação de 3,6% nos preços. As perspectivas das empresas são de novas altas, em conseqüência do novo patamar recorde que o petróleo atingiu em abril (US$ 120 o barril), que deve pressionar no curto e médio prazos os preços de alguns de seus derivados.