Economia Titulo Mais simples
Sem burocracia, aumenta o interesse pelo penhor
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
24/04/2008 | 07:04
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No primeiro trimestre deste ano, a linha de penhor da Caixa Econômica Federal emprestou R$ 1,38 bilhão para cerca de 2,36 milhões de pessoas em todo o País. O valor é 16,5% superior ao movimentado no mesmo período de 2007 e o número de contratos firmados teve alta de 11,7%.

Só no Grande ABC foram assinados 25.328 contratos de penhor e micropenhor, o que representa R$ 11,97 milhões em empréstimos de janeiro a março deste ano.

Para 2008, a Caixa pretende aplicar R$ 5,4 bilhões em penhor. A estimativa é de que sejam assinados 9,5 milhões de contratos até dezembro. Se isso ocorrer, haverá aumento de 6,2% na procura pela modalidade em relação a 2007.

A ausência de burocracia e os juros mais baixos são as principais razões para o crescimento da modalidade que concede o empréstimo mediante a garantia de jóias. Apenas em 2007, o Grande ABC foi responsável pelo empréstimo de R$ 4,1 milhões por meio de 7.687 contratos.

"Eu optei pelo penhor porque precisava do dinheiro com urgência", conta a secretária M. H. S., de 21 anos. Para ter a concessão do crédito, ela, que mora em Mauá, levou algumas jóias como garantia. "Elas foram avaliadas em R$ 670 e retirei o dinheiro no ato", explica a secretária, que não quis se identificar.

Os juros mensais pagos por M.H.S são de 2,93% e o prazo escolhido para quitar a dívida foi de três meses. "A vantagem é que se no término deste período eu não tiver o dinheiro, posso pagar somente os juros e renovar a dívida", conta.

COMO FUNCIONA

Não é preciso ser cliente da Caixa para penhorar bens. Basta comparecer em uma das 433 agências do País que oferecem o serviço - na região são quatro -, munido de RG, CPF, comprovante de endereço. As jóias que servirão de garantia serão avaliadas por especialistas e o empréstimo é de até 80% do valor da avaliação.

De acordo com a avaliadora de penhor da Caixa, Cláudia Fumiko Tome, o crédito mínimo concedido pelo banco nestas operações é de R$ 50 e o limite é de R$ 50 mil. Os prazos de quitação variam de um a 180 dias e os valores devem ser pagos integralmente, com possibilidade de amortização de no mínimo 10% do valor da dívida.

JUROS

A Caixa é o único banco que oferece a modalidade de penhor. Os juros variam de 1,8% a 2,93%. "Eles são mais baixos porque temos as jóias como garantia, o que diminui o risco do empréstimo", explica Cláudia.

Os juros de 1,8% são aplicados para mircropenhor. Esta categoria é destinada a clientes que não possuem saldo médio em conta corrente superior a R$ 3.000. O limite de empréstimo neste caso é R$ 1.000. Já o penhor oferece os juros de 2,93% e o valor mínimo de crédito é de R$ 300.

Segundo a avaliadora da Caixa, em casos de não-quitação da dívida no prazo determinado, o cliente tem ainda a opção de renovar a dívida com o pagamento dos juros do período.

Com isso, ele tem a garantia de que seus bens não serão leiloados. "A renovação pode ser feita sempre que vencer o prazo, mas isso não garante o fim do débito", afirma.

 Caso isso não ocorra, os bens retidos na Caixa são leiloados. "O cliente é avisado sobre a data em que os bens serão leiloados e podem quitar a dívida até a data", explica Claudia.




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