Economia Titulo Comemoração
Acisa faz 75 anos e lança
livro para contar história

Entidade foi pioneira na região ao começar a oferecer
aos comerciantes serviço de proteção ao crédito, em 1956

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
13/02/2013 | 07:17
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Desde 1938, quando inaugurou suas atividades, a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) tem sido grande aliada de comerciantes e industriários da cidade. A associação, que hoje completa 75 anos, vai lançar livro, em maio, para contar um pouco de sua trajetória. O trabalho é de autoria do colunista do Diário Ademir Medici.

Na avaliação de um dos participantes mais ativos da Acisa, Zoilo de Souza Assis, que foi secretário da entidade em 1956, vice-presidente em 1962 e presidente em 2006, um dos principais serviços já prestados pela associação foi o de proteção ao crédito, pioneiro na região, que, segundo ele, começou logo depois da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). "Havia uma loja de roupas masculinas chamada A Exposição, na Rua General Glicério, que foi a primeira a vender à prestação por aqui. Em São Paulo, porém, sabíamos que já se vendia a prazo e que a associação comercial tinha acabado de lançar o sistema de proteção ao crédito. Fomos lá, vimos como era feito e começamos a espalhar entre os comerciantes a ideia."

Os associados começaram então a fornecer informações dos maus pagadores, que não quitavam suas prestações em dia, e foi criado um cadastro negativo, em que esses nomes foram incluídos. O serviço ajudou a disseminar entre os comerciantes o parcelamento das compras. "Essa passou a ser uma fonte de renda fantástica, assim como em todas as demais associações comerciais do Brasil. Até então, as entidades se mantinham apenas com as mensalidades dos associados", conta Zoilo.

Em 1961, a Acisa participou de episódio histórico ocorrido em Santo André: o primeiro impeachment do Brasil. O então prefeito Oswaldo Gimenez foi cassado por acusações de crimes como nomeação de parentes, desvio de recursos e recebimento de propina. "Aderimos ao movimento e fechamos todos os comércios na cidade como forma de protesto. À época trouxemos a Record aqui e noticiamos o ocorrido para todo o País", lembra.

Outro momento do qual se recorda em relação à atuação da Acisa foi em 1964, quando o prefeito Lauro Gomes determinou a elevação da alíquota do Imposto de Indústria e Profissões, cobrado sobre o faturamento das empresas - que mais tarde foi substituído pelo ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). "Saímos em defesa dos comércios e indústrias porque acreditávamos que o aumento do tributo iria prejudicar a competitividade das empresas. E graças ao apoio de Bruno Daniel, pai de Celso Daniel, que era líder na Câmara dos Vereadores, conseguimos revogar a medida", conta.

Hoje, com o presidente Evenson Dotto à frente da entidade, os mais de 4.000 associados dispõem de serviços como a Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem, meio alternativo para a solução de questões jurídicas sem a participação do Estado - o que poderia levar anos pelo caminho tradicional, pela câmara pode ser resolvido em seis meses. A Acisa possui também escritório da Junta Comercial de São Paulo, que registra a abertura e o fechamento de empresas, e possui posto da CertSign para a emissão de certificado digital. "Nosso papel é defender o comerciante e o industriário. Por isso também sempre ajudamos na divulgação de eventos com o intuito de manter aquecido o consumo na cidade."

 




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