Economia Titulo Previdência
Idosos já são 13% do total da população

Com elevação da expectativa de vida, trabalhadores são prejudicados pelo fator previdenciário

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/09/2014 | 07:07
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A cada ano que passa a população com 60 anos de idade ou mais fica maior no Brasil. Em 2013, o total de idosos chegou a 26,1 milhões, o que representa 13% do total de habitantes do País. É 0,4 ponto percentual mais que em 2012 e bem acima dos 9% observados em 2001.

Os números, que mostram que o brasileiro está ficando mais velho, são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o analista do IBGE Bruno Carvalho, a tendência do envelhecimento já vem acontecendo há algum tempo, com o avanço na expectativa de vida, o que faz com que a pirâmide etária venha em mudança: a base, formada pelos mais jovens, está diminuindo, com a redução de índices de natalidade, enquanto a parte superior vem se alargando. A população de até quatro anos representava 6,7% do total em 2012 e, no ano passado, 6,6%. Ou seja, a metade do total de idosos.

Esse movimento deve fazer com que o número de pessoas atendidas pela Previdência Social siga em expansão. Para o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que atua com assuntos relacionados à aposentadoria, isso já era esperado. Ele cita que, em 1988, a Previdência pagava benefícios para 4 milhões de pessoas; passados 25 anos, já são 32 milhões de segurados atendidos. É quase a população da Venezuela, de 30,4 milhões de pessoas.

Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Etevaldo Santiago de Araújo, há quem diga que a conta não será suficiente para pagar os beneficiários, mas ele cita que o governo vem tirando, há tempos, recursos previdenciários, através de desvinculação de 20% da receita, para destinar a outras áreas. “Mexe em um dinheiro que não é dele, é do trabalhador”, afirma.

FATOR - Outro problema, com o envelhecimento da população, é a incidência do fator previdenciário. “O fator é um inibidor da concessão da aposentadoria”, observa Faria de Sá. Isso porque trata-se de fórmula, para cálculo do benefício, que leva em conta a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de vida (que atualmente está em 73,9 anos). E, por isso, quanto maior é o tempo de sobrevida do brasileiro, o trabalhador tem de contribuir por mais tempo para não ser prejudicado pela incidência dessa sistemática. Ela pode achatar até 50% do benefício, dependendo da idade em que a aposentadoria for pedida.

Para o deputado, a situação pode melhorar se o STF (Supremo Tribunal Federal) der decisão favorável à desaposentadoria, ou seja, a renúncia de benefício de aposentado que prosseguiu trabalhando e quer incorporar tempo de contribuição para obter valor mais alto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).  




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