É inevitável. No Brasil, quando se fala em sedãs médios, o nome Honda Civic aparece quase sempre - para não dizer sempre - é o primeiro ou segundo a infectar a cabeça do consumidor. Elogiado pelo design - renovado em janeiro do ano passado - e por proporcionar prazer ao volante superior aos demais da categoria, o modelo fabricado em Sumaré (SP) acaba de chegar à versão 2014 trazendo como principal novidade o motor 2.0 16V bicombustível, e com tecnologia FlexOne - que elimina a necessidade do ultrapassado tanquinho de gasolina.

Importante ressaltar que não houve alterações no design do modelo e que a configuração com bloco 1.8 16V Flex (com tanquinho), continua sendo oferecida como versão de entrada (LXS), com variação de transmissão manual de seis marchas (novidade), por R$ 66.690, ou a já conhecida automática de cinco, por R$ 69,9 mil.

As opções com propulsor 2.0 - ofertadas apenas com caixa automática de cinco velocidades - custam R$ 74.290 (LXR) e R$ 83.890 (EXR). É de arder o bolso...

SAÚDE RENOVADA
O Honda Civic sempre castigou a concorrência com tempero especial ao volante, mesmo trazendo motor 1.8 de 140 cv de potência e 17,7 mkgf de torque. Agora, com um 2,0 litros respirando sob o capô, a pitada de sal é maior. São 155 cv a 6.300 rpm e torque de 19,5 mkgf a 4.800 giros.

O interessante é que a Honda conseguiu transferir para o 2.0 - mesmo com saúde extra - a elogiável linearidade do 1.8. Tanto que potência e torque máximos são alcançados em faixas de giros semelhantes ao do bloco anterior.

Rodando por aproximadamente 150 quilômetros de estradas pelo interior de São Paulo, o Civic 2.0 mostrou fôlegou nas retomadas e gás para efetuar ultrapassagens, mesmo em subidas. Ponto positivo para o câmbio, com engates suavez - um pouco demorado em rotações mais elevadas. A suspensão manteve as características do velho e bom Civic: equilibrada entre o conforto e a rigidez.

FLEXONE
O novo motor 2.0 do Honda Civic - que equipará o CR-V - traz tecnologia FlexOne, que dispensa o tanquinho. Ao destravar o veículo pela nova chave-canivete, uma espécie de resistência inicia o pré-aquecimento do combustível, permitindo que o motor, ao motorista girar a chave, pegue de imediato.

Apesar do preço ‘salgado', lista de equipamentos agrada

Durante evento de lançamento do Honda Civic 2014, o Diário teve a oportunidade de avaliar a versão top EXR. Logo de cara, a lista de equipamentos de série chama a atenção: air bags frontais e laterais, controles de estabilidade e tração, freios com ABS (antitravamento), EBD (distribuição eletrônica de frenagem) e BA (assistente de frenagem de emergência), controle de estabilidade, ar-condicionado automático e digital, direção com assistência elétrica, teto solar, rodas de liga leve de 16 polegadas, sistema multimídia com navegação (GPS), controlador de velocidade, rádio CD Player com MP3, tela LCD de cinco polegadas sensível ao toque e câmera de ré - um sensor sonoro poderia ser útil.

O espaço continua o mesmo - afinal, só mudou o motor. Os bancos são revestidos em couro e o painel traz peças plásticas - a adoção de materiais emborrachados seria mais condizente a um veículo de quase R$ 84 mil. O painel de instrumentos de dois andares continua sendo uma das atrações do sedã.

Com ajustes manuais do banco do motorista e da coluna de direção - altura e profundidade -, o Civic entrega excelente ergonomia. Ponto postivito também para o isolamento acústico.

Novo Toyota Corolla no ‘forno'

Revelado em janeiro, durante o Salão de Detroit (Estados Unidos), o Toyota Furia Concept antecipa as linhas do futuro Corolla, que deve chegar ao mercado apenas em 2014. Além do porte superior em relação à atual geração do sedã fabricado em Indaiatuba (SP), salta aos olhos a mudança brusca do visual, que abandona totalmente as linhas recatadas e ultrapassadas para assumir postura mais agressiva e arrojada, algo que o arquirrival Honda Civic fez há alguns anos.