Esportes Titulo Às 16h
Ramalhão desafia
enigmático Audax

Time quer reencontrar a vitória no Campeonato Paulista
da Série A-2 diante do 'professor pardal' Fernando Diniz

Derek Bittencourt
do Diário do Grande ABC
06/02/2013 | 07:23
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Santo André tem hoje pela frente seu maior desafio no Paulista da Série A-2. Às 16h, no Estádio Nicolau Alayon, encara o Audax, um dos times de grande investimento da competição. Além disso, o time da Capital tem no banco de reservas um dos seus principais trunfos, que impõe respeito e gera cuidados de todos no Ramalhão: o técnico Fernando Diniz.

Um dos nomes da nova geração, o ex-meia - que inclusive teve passagem pelo Ramalhão - tem estilo ousado no comando do Audax. Busca inversão de jogadas a todo momento, mantém a posse de bola e quando joga em casa vai ao ataque desde o primeiro minuto. Em contrapartida, oferece espaços e é por aí que o time andreense tentará aproveitar.

"Ele tem estilo diferente. Vai para cima, o time tem 80% de posse de bola, mas também joga exposto, corre risco. Então temos de estar atentos, com marcação justa e teremos chances", afirmou o técnico Ademir Fonseca. "O adversário com a posse de bola agride e sem ela se retrai. É concorrente direto e temos de aproveitar os espaços, saber encaixar bem os contra-ataques", emendou o comandante.

Com leque de jogadas para aplicar durante o duelo, sobretudo nas bolas paradas, o Audax torna-se incógnita. "O mais difícil é saber que o Fernando Diniz nunca vai fazer o simples. Sempre há mais de uma jogada ensaiada, ele pede ao time que gire e rode a bola o tempo inteiro. Cabe a nós encaixar a marcação para não sermos envolvidos e quando a bola chegar, tem de matar", disse o atacante William Xavier.

Ex-jogador de Fernando Diniz no Atlético Sorocaba em 2012, o volante Ramalho deu dicas de como o Santo André deve se proteger e proceder. "O estilo de jogo do Diniz quando joga em casa é de partir para cima, mas se fizermos marcação como de costume e explorarmos os contra-ataques, porque com certeza teremos oportunidades, podemos ganhar os pontos que perdemos em casa."

Após dois empates no Bruno Daniel, o Santo André vê no duelo contra o Audax a chance de recuperar alguns pontos que escaparam diante de Capivariano e Santacruzense. Aliás, pode significar a confirmação do time na briga por vaga na próxima fase.

"É um jogo importante para as nossas pretensões. Deixa para a diretoria esse discurso de que vamos lutar para nos manter na divisão. Nós, jogadores, pensamos diferente. Com trabalho podemos chegar lá CF51(classificação e acesso) e vamos mostrar a partir deste jogo", comentou William Xavier.

A torcida realizará caravana ao Nicolau Alayon com ônibus gratuito saindo do Bruno Daniel às 13h30.

AUDAX

O clube da Capital conta com diversos atletas conhecidos no futebol estadual e também no Grande ABC, casos do lateral-direito Eduardo Ratinho, ex-Ramalhão, e do zagueiro Thiago Martinelli, ex-Azulão. A dupla de ataque Rafael Martins e Rafinha é a principal arma do técnico Fernando Diniz.

 

William Xavier assume papel fundamental

 

Os três gols do Santo André nesta Série A-2 até o momento passaram pelos pés de William Xavier. O atacante deixou a marca nos duelos contra Velo Clube e Capivariano, e deu assistência a Leandrinho diante da Santacruzense.

Titular absoluto, hoje parte para iniciar o quinto jogo consecutivo, maior sequência desde que chegou ao clube em 2011 - quando logo na estreia sofreu a grave lesão de fratura de tíbia e fíbula.

Totalmente recuperado e a cada dia mais à vontade e confiante, ele vê que parte deste bom desempenho se deve aos adversários. "Tenho o respeito deles. Às vezes me dão mais liberdade por não chegar tão forte (na marcação)", afirmou. O jogador, porém, descartou uma Williamdependência. "Não vejo dessa forma. A bola chega a mim e também aos outros. Quem estiver mais bem colocado, tem que servir", explicou o atacante.

 

Diretoria ainda pensa em trazer

três reforços

 

Um primeiro volante, um meia e um segundo atacante. São estes os reforços que a diretoria do Santo André planeja trazer para a disputa do Campeonato Paulista da Série A-2. Comissão técnica e dirigentes realizaram reunião na qual avaliaram o grupo, expuseram as carências e chegaram à conclusão de que ainda é necessário qualificar o elenco.

No entanto, a intenção é trazer jogadores que sejam apresentados em condições de atuar, que não estejam há muito tempo parados e que, portanto, ainda levariam tempo para entrar na forma física ideal.

"Buscamos peças que possam chegar prontas para nos ajudar. Queremos um cão de guarda para dar combate à frente da zaga, um meio-campista para dar mais qualidade e, quem sabe, um atacante para suprir as ausências do Leandrinho e do Bruno Paulo (machucados). Estamos em condição que não podemos errar. É necessário muito cuidado para não ‘queimar cartucho'", explicou o técnico Ademir Fonseca.

O Ramalhão, no entanto, ainda esbarra em questões financeiras para realizar acertos com novidades. "Hoje, o clube ainda não tem grande investidor. Estamos com elenco enxuto, feito com consciência e margem de acerto maior do que de erro", afirmou o treinador.

O clube negocia com ao menos três patrocinadores, que devem ser apresentados em breve.

 

Júnior Paulista e Gustavo ganham chance

 

A suspensão do zagueiro Rogélio - expulso contra o Capivariano - e as lesões dos atacantes Leandrinho e Bruno Paulo abriram duas vagas no Santo André para o jogo de hoje, contra o Audax. E os substitutos devem ser Júnior Paulista para o setor defensivo e Gustavo, como companheiro de William Xavier na parte ofensiva.

"O Júnior Paulista é certo e ainda vamos definir se vamos entrar com o Sandro, com o Luciano Henrique ou com o Gustavo", tentou despistar o comandante ramalhino, que durante a atividade de ontem optou pelo jovem atacante, deixando os dois meias como opções.

O treinador espera por ainda mais evolução do grupo andreense para este jogo. "Com um homem a menos desde o primeiro tempo, não deu para ver melhora do time contra o Capivariano. Mas agora, a partir desta quinta rodada, já dá para ter um parâmetro de como a equipe realmente está. Espero que retome a mesma condição de melhora que vinha tendo até o jogo contra a Santacruzense", afirmou.

ELE VOLTOU!

Ontem pela manhã, durante treino coletivo do Santo André, de repente, um susto. Todos os jogadores estavam concentrados nas instruções do técnico Ademir Fonseca quando foi disparada a primeira rajada de fogos de artifício, logo atrás do banco de reservas visitante do Bruno Daniel. Em seguida, mais quatro disparos foram feitos, espantando quero-queros e pombas que estavam por perto. Mas a iniciativa não partiu da torcida e sim do próprio treinador, em prática que já adotou em outros clubes, como o São Caetano.

"Comprei as caixas (de fogos) e as deixei guardadas. O pessoal pediu para soltar, para chamar a vitória e afastar as nuvens escuras. É uma hora que a gente está precisando", comentou Ademir Fonseca.

 

 




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