Economia Titulo Empresômetro
Abertura de empresas no País cai 12,6% em 2012
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
06/02/2013 | 07:23
Compartilhar notícia


O volume de 662.395 empresas abertas no País em 2012 é 12,6% menor do que o registrado em 2011, quando foram iniciados 758.608 negócios. O levantamento não considera os empreendedores individuais por não serem fontes geradoras de emprego - a figura jurídica permite apenas a contratação de um empregado. Se eles forem incluídos, o número sobe a 1,7 milhão, recorde histórico e 4,4% maior que o montante de 2011.

Os dados integram o estudo Perfil das Empresas e Entidades Brasileiras 2012, realizado com base no Empresômetro, ferramenta desenvolvida pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) que permite a verificação, em tempo real, da criação de empreendimentos.

A queda na abertura de micro, pequenas, médias e grandes firmas é a maior desde 2000 e o volume de companhias equipara-se ao registrado em 2006, quando 661.590 iniciaram suas atividades.

Segundo o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, os números sinalizam retração na economia brasileira, puxada principalmente pela redução na criação de indústrias, que geram mais impostos e contratam mais funcionários.

A indústria sofreu fortemente em 2012 com a concorrência desleal com os importados, cuja entrada foi favorecida pelo dólar baixo, em torno de R$ 2. Com isso, as exportações igualmente não foram ajudadas, já que o produto nacional ficou mais caro lá fora.

Olenike complementa que a alta carga tributária, em 36,03% do PIB (Produto Interno Bruto) também desestimula novos empreendedores, inclusive quando o aporte vem do Exterior. "O cenário está gerando retração nos investimentos. A abertura de empresas está mais forte no setor de serviços, que exige investimento menor e dá retorno mais rápido", avalia. De fato, no ano passado foram criadas 330.024 firmas no setor, queda de 8% frente a 2011.

Quanto às indústrias, em 2012 foram abertas 36.013, 19,2% a menos que em 2011. O volume foi superado por representantes do agronegócio, com 36.337 firmas, recuo de 4,9%. É a primeira vez que isso ocorre desde 1970. "Há sinal claro de desindustrialização. Esse fenômeno é comum em países em que o desenvolvimento foi atingido de fato. O que não é o caso."

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;