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Bebidas puxam
inflação do Carnaval

Cesta de gastos sugerida pela Fundação Getúlio Vargas
tem expansão média acumulada em um ano de 7,46%

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
06/02/2013 | 07:28
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Expansão na demanda e na carga tributária. Essa é a receita explosiva que impulsionou o encarecimento das bebidas alcoólicas entre fevereiro de 2012 e o mês passado a ponto de deixar a inflação para trás.

Segundo levantamento do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), as cervejas e os chopes ficaram 12,99% mais caros, fora de casa, no período de comparação. Enquanto isso, a variação média dos preços às famílias com renda entre um e 33 salários-mínimos foi de 5,95%. Esses produtos contribuíram para que a cesta de gastos de Carnaval, sugerida pela instituição, apresente inflação de 7,46%.

O economista do Ibre/FGV André Braz explicou que esse acréscimo está associado a dois fatores. "As bebidas tiveram aumento de carga tributária em 2012, um dos principais motivos." Por outro lado, uma das vitórias dos consumidores completou a sustentação do encarecimento. "A renda dos trabalhadores teve ganhos acima da inflação e não para de subir. Isso significa que está sobrando mais dinheiro para a compra de supérfluos, então a demanda por bebidas, por exemplo, aumentou", disse o economista.

Ele aconselha que os foliões levem as latinhas de casa. "Não digo que devem levar bolsa térmica com um engradado de latinhas nas costas para pular o Carnaval. Mas para pesar menos no bolso, pode ser interessante que os consumidores carreguem duas ou três latinhas de casa", aconselhou Braz.

Apesar de ter preços menos agressivos ao bolso nos mercados, a cerveja teve inflação de 15,2% entre fevereiro de 2012 e o primeiro mês deste ano. "Ainda assim vale a pena", destacou Braz. Isso porque há grande diferença entre os valores, tendo em vista que os bares, restaurantes e casas noturnas colocam margem de faturamento superior nesses produtos, pois vendem em menor quantidade se comparado aos mercados e têm custos de manutenção, eventos e mão de obra que exigem preços superiores.

Não são apenas as bebidas alcoólicas fermentadas que estão mais caras. Os valores para consumir refrigerantes e águas fora de casa estão 8,67% superiores do que há um ano. Seguindo essa tendência, os doces e salgados encareceram 10,98%.

"No caso dos alimentos, além da demanda subir, temos inflação generalizada nos insumos, como a farinha, óleo e carne, o que contribuiu ainda mais para aumentar os preços", explicou Braz.

O cafezinho apresentou inflação de 12,13%, segundo o Ibre/FGV, o sorvete fora de casa também ficou 9,27% mais caro, e as hospedagens, alta de 7,12%. Abaixo da inflação geral estão apenas os preservativos e lubrificantes sexuais, com 5,01%, as tarifas de taxi, com 3,52%, e os protetores para a pelo, com 1,18%.

 

 




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