Idealizador do site Voto Consciente para a Câmara de São Bernardo, Paulo Henrique Ferraz Oliveira afirma temer que o projeto não evolua. O comprador e estudante de Economia, de 33 anos, diz que a proposta carece de parceiros e de interesse da sociedade em acompanhar a vida política do município.

"Tememos que não saia do papel, sim", relata Oliveira. "O que mais nos preocupa é que, caso isso aconteça, um dos motivos será o desinteresse da sociedade de São Bernardo em acompanhar e fiscalizar o que é feito e aprovado pelas pessoas que nos representam."

O estudante anunciou a ideia do site Voto Consciente para a cidade em janeiro do ano passado. O plano inicial era fazer o portal nos mesmos moldes da Capital, que avalia a atuação dos vereadores paulistanos e é gerenciado pela ONG Voto Consciente. Na ocasião, ele disse ter encontrado dificuldades de acesso a documentos da Câmara na gestão do ex-presidente da Casa Hiroyuki Minami (PSDB).

"Temos tempo suficiente para nos estruturar e conseguir parceiros na região que acreditem no projeto", estima Oliveira, que ainda procura por parcerias para impulsionar a ação. "Uma gráfica que nos apoia poderia produzir um material de divulgação do projeto, por exemplo. Ou então buscar cidadãos interessados e com disponibilidade de comparecer na Câmara às quartas-feiras ou mais dias, firmar alianças com empresas da região, sindicatos e até mesmo afinar nosso contato com o Legislativo."

Em abril do ano passado, em entrevista exclusiva ao Diário, o diretor-geral do movimento Voto Consciente, Danilo Barboza, reclamou da falta de interesse popular na fiscalização dos agentes públicos. "Gostaríamos que expandisse para o Brasil inteiro. Que houvesse essa preocupação de educar para o voto e grudar um olho no Legislativo para ver o que estão fazendo", avaliou, à ocasião