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Conheça e saiba identificar a sepse

Taxa de mortalidade da infecção é de até 60%;
tratamento e diagnóstico devem ser precisos

Caroline Garcia
Do Diário OnLine
13/09/2014 | 08:00
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Arte Seri


Hoje é o Dia Mundial da Sepse. Apesar de pouco conhecida, a taxa de mortalidade assusta. Segundo especialistas, entre 55% e 60% dos pacientes que adquirem sepse, conhecida também como infecção generalizada ou septicemia, acabam morrendo. Por isso, é cada vez mais importante saber identificar e tratar o mais rápido possível.

O problema começa com uma infecção, que pode ser, por exemplo, uma pneumonia. A sepse se desenvolve quando essa bactéria se multiplica, cai na corrente sanguínea e procura outro órgão para causar uma segunda infecção. Nisso, o corpo responde a esse ataque com uma inflamação, na tentativa de combater o corpo estranho. A ação pode, no entanto, comprometer o funcionamento de vários órgãos (chamado de falência múltipla de órgãos) e levar o paciente a morte.

“Isso pode ocorrer também em uma cirurgia. O paciente entra para operar o dedo, por exemplo. Faz um corte na pele, que interrompe a proteção e permite a entrada de bactérias, que caem no sangue e se multiplicam, caso o organismo esteja vulnerável”, explic a o professor responsável pela disciplina de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC,  Hélio Vasconcellos Lopes.

Evitar a sepse é uma tarefa bem difícil, já que não existe uma maneira de prevenção e dentro dos hospitais há uma taxa considerada admissível para infecções, que varia de acordo com o equipamento saúde. “O grande problema é a crescente resistência das bactérias, que estão ficando mais inteligentes que a ciência médica. A diferença é fazer o diagnóstico eficaz e entrar o mais rápido possível com o antibiótico certo”, contou o infectologista. Após a medicação, o tempo de retorno à vida normal varia de acordo com a gravidade, mas, geralmente, é entre 7 a 15 dias.

Os sintomas são identificados por febre alta, aceleração do coração, calafrios, fraqueza intensa. Que podem evoluir para uma sepse grave, quando um dos órgãos param de funcionar, até o choque séptico, quando há queda de pressão arterial e ocorre a falência múltipla dos órgãos.

Todo mundo pode contrair a sepse, mas, geralmente, os extremos de idade são os públicos mais afetados. “Crianças e idosos possuem o sistema imunológico mais fraco. Diabéticos, portadores de câncer e insuficiência cardíaca também. Por isso são os mais suscetíveis” disse Luciano Azevedo, membro do ILAS (Instituto Latino Americano de Sepse) e coordenador da Campanha Dia Mundial da Sepse.

Segundo Azevedo, grande parte da população não conhece a doença e, em razão disso, não procura o Pronto-Socorro quando os sintomas aparecem. Daí a importância de uma campanha de conscientização, tanto para os profissionais de saúde, que, muitas vezes, por falta de conhecimento não diagnosticam a sepse, quanto para o público em geral.

“Estamos presentes nas mídias sociais e incentivando parentes ou pacientes que tiveram sepse a contarem suas histórias para aumentar a divulgação. Promovemos aulas e palestras em hospitais e enviamos também folders com os critérios para os diagnósticos.”

Os depoimentos dos pacientes sobre a doença estão no site do Dia Mundial da Sepse. 




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