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São Caetano parcela dívida com Apae após briga judicial

Área da entidade foi desapropriada para o Hospital da Mulher

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
26/01/2013 | 07:51
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O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), vai pagar em 12 parcelas dívida total de R$ 736,9 mil com a Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais). O passivo é referente a um imbróglio judicial entre a entidade e a gestão passada, que não concordava com o valor real da área desapropriada em janeiro de 2011 para a construção do Hospital da Mulher.

A resolução do passivo por meio de acordo foi solicitada pela Prefeitura e a Justiça oficializou o trâmite na quinta-feira.

A entidade já havia vencido em primeira instância, mas o ex-prefeito e secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), recorreu da decisão. A Justiça declarou que o pagamento pelo espaço teria de ser na ordem de R$ 1,144 milhão, porém, à época, a Prefeitura avaliou a área em R$ 407 mil e fez o depósito da quantia. O parcelamento feito por Pinheiro é referente à diferença entre a verba transferida pelo Paço e o valor real.

O desentendimento também alimentou a discórdia entre o vereador correligionário de Auricchio Jorge Salgado, que é integrante do conselho regional da Apae. Segundo ele, o valor sustentado pela Justiça já havia sido acordado com o ex-prefeito. "A entidade cumpriu o papel social dela e cedeu o terreno para a construção de um importante serviço para a sociedade, o Hospital da Mulher. Mas o Auricchio não cumpriu a parte dele", reclamou o petebista.

Apesar de ser correligionário de Auricchio, Salgado conseguiu intermediar com Pinheiro - desafeto político do ex-prefeito - a resolução amigável do caso e não prejudicou a entidade. O petebista vem se reaproximando do peemedebista desde o fim da eleição.

A relação dos dois piorou quando Salgado anunciou candidatura à presidência do Legislativo contra o postulante governista Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB), no ano passado. O que mais desagradou Pinheiro foram as consultas do petebista a Auricchio para conseguir consenso em torno de seu nome no PTB para o pleito.

Com apoio suficiente para vitória em mãos, Salgado viu o comando da Câmara escapar na última hora. Os três colegas de partido - Gersio Sartori, Flávio Rstom e Paulo Bottura - roeram a corda e aderiram à candidatura de Sidão, que acabou eleito por unanimidade. Após o término da votação, ele declarou que Auricchio era o responsável pelo descumprimento de uma determinação da executiva estadual da sigla.

A derrota chegou a colocar o petebista como principal cotado a assumir a liderança do governo na Câmara. Pinheiro, entretanto, já cogita outros nomes para ocupar a posição.

O prefeito alega que o Paço tem R$ 264,5 milhões em restos a pagar herdados de Auricchio, que contesta o número. O passivo com a Apae não está embutido nesse montante.




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