Política Titulo Planejamento
Miriam Belchior insinua
diálogo melhor com PT

Ministra do Planejamento nega viés partidário nos recursos
federais, entretanto visita só Carlos Grana e Donisete Braga

Bruno Coelho
Fábio Martins
26/01/2013 | 07:53
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A ministra do Planejamento, Miriam Belchior (PT), sugeriu ontem relação de melhor diálogo com outros petistas. Embora negue que o governo federal faça distinção por coloração partidária, a integrante do trio de ferro da presidente Dilma Rousseff (PT) visitou os prefeitos Donisete Braga (PT, de Mauá) e Carlos Grana (PT, de Santo André) antes do 2º Encontro Nacional de Novos Prefeitos, que ocorrerá entre os dias 28 a 30, em Brasília.

Miriam justificou que recebeu convite de ambos para desembarcar às prefeituras petistas, alegando que não comparece onde sequer foi chamada. "Aqui (no Grande ABC) temos um município do PT (São Bernardo, de Luiz Marinho) que não estou visitando hoje (ontem)", sustentou a ministra. Marinho não estava no Paço - ele requisitou férias de uma semana desde terça-feira.

Seguindo os passos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista utilizou de metáfora para falar da afinidade política com correligionários. "Não temos critério pelo time que o prefeito torce, embora, como campeã mundial, gostamos de conversar mais com outros campeões mundiais", disse, referindo-se ao Corinthians, time de seu coração e de Donisete. "Mas isso não interfere na maneira como o governo aloca os recursos."

A ministra possui raízes na região, com família ainda residente em Santo André. A petista já ocupou cargos de secretária de Inclusão Social e Habitação nas gestões Celso Daniel (PT, morto em 2002). Por lidar com planejamento, Miriam ministrou palestra de formação aos secretariados petistas das duas cidades, que farão comitiva a Brasília para, em dois meses, apresentar propostas aos programas oferecidos por Dilma. Ela disse que rejeitou antecipar o anúncio dos projetos federais. "Sou muito disciplinada", alegou.

No encontro federal da próxima semana, Dilma anunciará conjunto de ações, especialmente do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) na área de infraestrutura, além de programa no setor social. "Abriremos processo de seleção (das propostas). Os municípios terão tempo para elaborar (o texto)", citou Miriam. O critério de seleção, entretanto, é subjetivo. "Os prefeitos estarão no mesmo pé de igualdade. Vai depender da capacidade de apresentar bons projetos", finalizou Grana.

Para afiançar isonomia no processo, Miriam defendeu que Dilma convidou os comandantes dos 5.568 municípios brasileiros para participar do evento. A previsão no Orçamento de investimento do PAC é na ordem de R$ 52 bilhões em 2013.

 

Prefeitos petistas terão agenda exclusiva com Dilma

 

Com presença garantida dos sete prefeitos do Grande ABC no 2º Encontro Nacional de Novos Prefeitos, os três gestores municipais do PT na região terão tratamento especial da presidente da República, Dilma Rousseff. Na quarta-feira, Carlos Grana (Santo André), Luiz Marinho (São Bernardo) e Donisete Braga (Mauá) vão se encontrar privadamente com a chefe da Nação.

A agenda foi definida logo após Marinho se antecipar aos 5.568 prefeitos, na segunda-feira, quando se reuniu com Dilma, em Brasília, para pleitear verbas para programas de urbanização de favelas na cidade.

São Bernardo foi considerada estratégica para o PT nacional e, por isso, o Palácio do Planalto concentrou as principais ações no município nos últimos quatro anos. A cidade foi a primeira a receber a visita oficial da presidente em inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) Alvarenga.

No começo do mês, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), convidou os gestores municipais do PT para almoço na sede do governo paulistano. A atitude do expoente máximo da Região Metropolitana contrariou a bandeira da regionalidade, tanto usada durante a campanha eleitoral.

A expectativa da administração Grana é que Santo André receba a mesma atenção dada a São Bernardo desde 2009 por meio de investimentos e programas da União.

Na vizinha Mauá, Donisete terá diálogo mais aberto com Brasília. Para isso, deseja designar o ex-vice-prefeito Márcio Chaves (PT) para função de assessor especial para ser interlocutor do município com governo federal.

 




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