Automóveis Titulo Mostra americana
De esportivos a hatch brasileiro
Vagner Aquino
Enviado a Detroit
23/01/2013 | 07:00
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É bem verdade que o Salão de Detroit (que vai até o dia 27) deixou de ser o show de cinco anos atrás, quando a crise mundial atingiu em cheio os Estados Unidos. No entanto, quem é apaixonado por carros vai concordar, com certeza, que a pirotecnia pode facilmente ser descartada e substituída pela exibição de verdadeiras máquinas.

E é isso que o principal evento automotivo dos Estados Unidos está explorando. Vindos de todas as partes do mundo, os superesportivos estão espalhados pelo salão. Claro, o principal chamariz é a sétima geração do Chevrolet Corvette (que você conheceu na edição passada), mas haja estrela para brilhar dentro do Cobo Center, o centro de exposições que tradicionalmente abriga o evento...

Não dá para tocar nesse assunto sem falar em Ferrari. E ela está lá. Somente uma, mas está! Nada menos que a F12 Berlinetta, a mais potente da história. São incríveis 740 cv e 70 mkgf de torque gerados pelo motor 6.3 V12. Substituta da 599 Fiorano, a macchina italiana foi apresentada pela primeira vez no Salão de Genebra (Suíça), em março. No mesmo estande figura um bólido de Fórmula 1. Juntando estes nativos de Maranello (cidade onde a Ferrari tem fábrica), os corações dos visitantes aceleram a mil por hora.

Além de Maserati Quattroporte e Audi RS7, que apresentam novidades na estética e mecânica, alguns modelos estão lá apenas como figurantes e, obviamente, para chamar a atenção do público. É o caso do Dodge Viper, por exemplo, que traduz a falta de novidades da marca para esse segmento. O modelo também esteve no Salão de São Paulo, em outubro.

Como manda a tradição alemã, a Porsche marca presença com o Cayenne Turbo S, o mais potente Cayenne de todos os tempos. Com o mesmo bloco 4.8 biturbo, o veoitão ganhou mais 50 cv, pulando para 550. São 283 km/h de velocidade máxima e a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 4,5 segundos - 0,2 a menos que antes.

 

SIMPLES MORTAIS

Mas para quem curte os carros convencionais, vale dar uma passada no estande da Kia e conferir de perto o novo Cadenza, que foi remodelado de fio a pavio para seguir o DNA da marca. As vendas se iniciam em meados de 2013 no mercado norte-americano. Sobre a aterrissagem no Brasil? Ainda sem previsão.

Na parte de cima do estande da Chevrolet, um dos maiores da feira, está sendo exibido o jipinho Trax, que deve vir ao Brasil para brigar com a dupla Ford EcoSport e Renault Duster. Ao lado do modelo, uma placa expõe a bandeira brasileira, denunciando a proximidade da chegada em terras nacionais.

 

BRASIL

O que é certo por aqui é a fabricação da configuração hatch do New Fiesta em São Bernardo. Isso é fruto do investimento de R$ 800 milhões divulgado pela montadora no fim de 2011. Até o momento, a marca não fala em aumento de empregos, números de produção ou sequer sobre a queda ou elevação de preços do modelo, que ganhará mudanças na estética, O que se sabe por enquanto é que, de acordo com fontes ligadas à marca, o hatch passa a ser feito na fábrica paulista no início de abril.

Segundo Steven Armstrong, presidente da Ford do Brasil, a decisão foi baseada na capacidade de produção do complexo, que manterá a fabricação do hatchback Ka e da picape Courier.

 

Apostas da Mercedes-Benz

 

No cargo de vice-presidente de marketing da Mercedes-Benz Automóveis, Philipp Schiemer concedeu entrevista a um pequeno grupo de jornalistas brasileiros durante o Salão de Detroit. Lá, o executivo falou sobre alguns planos para o País, como a fábrica que está sendo estudada para a produção de modelos de entrada da marca. "Com o anúncio da BMW, nossa meta se tornou ainda maior, mas precisamos decidir outros projetos ao redor do mundo", declarou.

Sobre a parceria com a Nissan (que a partir de 2014 terá fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, de onde poderá sair o sedã CLA), Schiemer também prefere não oficializar. O que se sabe ao certo é que o novo sedã da marca chegará ao Brasil entre o fim de 2013 e inicio de 2014, e deverá ser cerca de 10% mais barato que o Classe C (que hoje, custa pouco mais de R$ 100 mil).

Para disputar holofotes com outros hatches europeus, a montadora trará o Classe A até o fim do primeiro trimestre.

Para 2014, a promessa é o jipe compacto GLA. Talvez, o modelo seja o assunto em pauta dentro de um ano, quando acontece novamente o Salão de Detroit.




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