As chinesas Changan (ex-Chana), Jinbei e Hafei, famosas pelos caminhõezinhos (menores que Hyundai HB e Kia Bongo) e furgões de cachorro-quente de qualidade duvidosa, têm novo concorrente na área. Por intermédio da importadora oficial Venko Motors, chega ao Brasil a também chinesa Rely, divisão de veículos comerciais leves da já conhecida Chery.

Inicialmente apenas dois modelos serão comercializados nas 30 concessionárias na marca: Rely Pick-Up, caminhão com capacidade para transportar até 800 quilos e que já está disponível por R$ 29.990, e Rely Van, ideal para o transporte de até sete passageiros (7+1), mas que chega em março. Ambos veículos têm motor 1.0 (gasolina) e um ano de garantia ou 30 mil quilômetros - acontecem a cada 5.000 quilômetros, sem preços fixos.

Em abril, o Rely Link - espécie de Fiat Doblò - pode desembarcar. No segundo semestre será a vez da Rely Pick-Up CD (cabine dupla). A versão furgão da Rely Van e a Rely H13, capaz de levar até 14 passageiros (14+1), não foram confirmadas. "Vai depender do mercado. Estamos conversando com os chineses. Negociando preço", disse Valdir Romero, diretor de operações.

Para conseguir emplacar e não cair na desconfiança do consumidor, Romero aposta na mesma estratégia adotada com a Chery - a Venko foi, durante os anos de 2009 e 2011, importadora oficial da marca chinesa, passando o comando de toda a operação, inclusive dos 106 pontos de vendas, para a Chery do Brasil após dois anos de contrato. Ele acredita no compromisso de dez anos firmado com a montadora da China, com fábrica na cidade de Kaifeng (1 milhão de m²), onde os veículos são produzidos há oito meses. Os modelos, no entanto, poderão ser fabricados em sistema SKD (conjuntos semicompletos) em Montevidéu, no Uruguai, onde a Chery possui uma joint-venture com o Grupo Socma, da Argentina.

A Venko obteve licença para importar 4.800 veículos com isenção dos 30% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). "O número é ideial, já que pretendemos conquistar 30% de um segmento que em 2012 comercializou cerca de 12 mil veículos", revela o executivo. No entanto, caso o mercado cresça, Romero trabalha com duas hipóteses: continuar importando os veículos da China, promovendo incremento no preço dos produtos, ou trazer do Uruguai, integrante do Mercosul.

CONCESSIONÁRIAS

A Rely chega ao Brasil com 30 concessionárias, todas independentes da Chery. "Uma ou outra poderá pertencer a um mesmo representante, mas terá, obrigatoriamente, que oferecer um showroom independente para a Rely", explica o executivo. Até o fim do ano, a intenção é ter 60 lojas, saltando para 100 em 2014 e 120, em 2015.

A marca também promete que veículos não faltarão. Segundo o diretor de operações, 500 unidades do Rely Pick-Up já foram nacionalizadas, 250 estão chegando e mais 300 estão programados para março. Para atender às solicitações de peças, a Venko Motors trabalhará com um único centro de distribuição - localizado em Salto (SP) -, com dois galpões: 2.700 m² e 3.000 m².

Aposta é na simplicidade

A Rely investe na mesma fórmula das demais concorrentes chinesas Changan, Hafei e Jinbei: simplicidade. Os primeiros modelos da marca a desembarcarem no País, a Pick-Up (que é um caminhão) e a Van (sete passageiros), têm acabamento espartano, com bastante plástico. Direção hidráulica e ar-condicionado são de série. Travas e vidros elétricos não estão disponíveis sequer como opcionais, assim como air bags e freios com ABS.

Os modelos utilizam motor 1.0 a gasolina de apenas 64 cv de potência máxima, entregues a 6.000 rpm e torque de 8,97 mkgf a 4.500 giros. A transmissão é manual de cinco velocidades e fica posicionada no painel central. As versões cabine dupla da Rely Pick-Up e furgão da Van, que chega mais tarde, terão mesmo conjunto mecânico.

No caso da Rely Pick-Up, a capacidade de carga é de 800 quilos. A caçamba tem 2,5 metros de comprimento, 1,52 metro de largura e 33 centímetros de altura.

RELY LINK E H13

Os modelos Rely Link, que desembarca por aqui em abril, e Rely H13, que ainda está em estudo, terão propulsores diferentes, e mais potentes. O Link utilizará bloco 1.3, também a gasolina, com 84 cv. Já a H13 (14 passageiros) adotará motor 2.0 Turbocharger de 170 cv (gasolina).