Política Titulo Dívidas
Volpi: Finanças são cobertor pelejado
Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
19/01/2013 | 07:18
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Nario Barbosa/DGABC


O ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi (PV) comparou as finanças do Paço com um "cobertor pelejado" ao admitir que sempre teve dificuldade de fechar o ano com superavit orçamentário durante os oito anos de administração.

De acordo o ex-chefe do Executivo, a Prefeitura possui diversas pendências antigas que exigem "jogo de cintura" para serem administradas. "A receita da cidade é como um cobertor pelejado: você cobre o pé, sobra cabeça. Cobre a cabeça, sobra o pé", afirmou.

O prefeito Saulo Benevides (PMDB) divulgou que o deficit deixado pelo seu antecessor foi de R$ 37 milhões e que pode ultrapassar os R$ 40 milhões até o fim do mês. Dívidas com o funcionalismo, Imprerp (Instituto Municipal de Previdência de Ribeirão Pires) e com concessionárias de luz e telefone passam dos R$ 10 milhões.

O Diário divulgou ontem que a frota de carros do Executivo ficou sem combustível entre terça e quarta-feira, após o fornecedor interromper a prestação de serviços por ficar cinco meses sem receber pelo abastecimento. A dívida estimada é de R$ 245 mil com o posto e, apesar do atendimento ter voltado normalmente na quinta-feira, não há previsão para que o pagamento seja feito.

Volpi afirmou que passou os oito anos da sua administração negociando dívidas herdadas de outros governos. "Negociei a minha vida inteira", recordou. O ex-chefe do Executivo destacou ainda que houve queda na arrecadação dos impostos em 2012, o que agravou a situação.

Apesar das constatações, Volpi ponderou sobre a situação e reiterou que Saulo precisa governar por um período para que depois seja avaliado pela população e pela classe política da cidade.

 

PREOCUPAÇÃO

Os precatórios são historicamente os principais problemas dos administradores. Desde os mandatos da petista Maria Inês Soares (1997-2000 e 2001-2004) não são contabilizadas novas pendências. Porém, o parcelamento de passivos referentes a desapropriações feitas na década de 1950 ainda complica a situação financeira.

Nos últimos dois anos, deficit dos precatórios reduziu 17% e a dívida atualmente chega aos R$ 35,2 milhões, sendo que a maioria está parcelada por 20 anos, entre elas, a desapropriação da Avenida Keith Richards, no Centro.

 

Câmara aprova parcelamento de pendências do Paço

 

A Câmara de Ribeirão Pires aprovou ontem diversos projetos do Executivo para amortizar os efeitos do deficit financeiro estimado até o momento em R$ 37 milhões.

Os vereadores autorizaram o parcelamento em 60 vezes da dívida de R$ 5 milhões do Paço com o Imprerp. A matéria estava na ordem do dia desde o ano passado e foi adiada, à época, a pedido de Saulo.

A lei que destinava a CIP (Contribuição de Iluminação Pública) para a AES Eletropaulo foi revogada. Técnicos do Paço avaliam que a Prefeitura necessita do subsídio para tentar quitar a dívida de R$ 1,6 milhão com a concessionária privada de energia.

Os parlamentares também aprovaram a redução do salário do chefe de Gabinete. O cargo comissionado demandava R$ 9.600 e, a partir do mês, vai custar R$ 4.400 aos cofres públicos. CT




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