O projeto de reforma administrativa do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), para acomodar aliados como o ex-vereador Rômulo Fernandes e o ex-vice-prefeito Márcio Chaves chegará à Câmara em 45 dias. Até então, a propositura só tem definida a Pasta de destino dos dois petistas: Relações Institucionais.

Atualmente locado na chefia de Gabinete, Rômulo vai encabeçar a nova Pasta, que substituirá a Secretaria de Governo no relacionamento com a Câmara, além de fazer a interlocução com a União, o Estado e entidades civis.

"Estamos fazendo levantamento e analisando algumas propostas, mas não tem nada formatado. É preciso ser funcional, não desejamos aumentar o custo da máquina (pública) e queremos até o final de fevereiro encaminhar (a reforma administrativa) para a Câmara", afirmou Rômulo.

Donisete pretende explorar a boa relação de Márcio Chaves com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e destinar cargo estratégico para que o ex-vice-prefeito possa buscar recursos federais por meio de projetos e, consequentemente, investimentos via PAC (Programa de Aceleração de Crescimento).

A função de Márcio dentro da secretaria, porém, não está definida, pois depende de uma reunião com o prefeito. "A ideia é o Márcio contribuir nesse novo perfil (da Pasta)", disse o chefe de Gabinete.

A criação do setor não excluirá o cargo de chefia de Gabinete, cabendo a Donisete designar outra pessoa para a função depois de concretizada a reforma. No momento, não existem nomes fortes para ocupar a futura lacuna.

A reforma administrativa ainda está em fase incipiente na Prefeitura, visto que Donisete discute com o secretariado a formatação da proposta. Conforme o próprio prefeito admitiu em dezembro, a intenção é que a Pasta de Relações Institucionais siga os mesmos moldes da Secretaria de Relações Governamentais da prefeitura de São Paulo. Não está descartada a criação de outras Pastas.

Diferentemente do papel desempenhado na administração do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), a Secretaria de Governo deixará de exercer a função de negociar com o Legislativo, quando José Luiz Cassimiro (hoje vereador, PT) exerceu o trabalho. Hoje, encabeçada por Edílson de Paula, o setor terá finalidade interna na Prefeitura, como gerenciamento de projetos do Executivo e integração com outras Pastas.

Até então, o cenário se desenha para que Donisete tenha ampla maioria na Câmara e consiga aprovar os projetos do Executivo. O primeiro sinal foi o aval da oposição quanto à nomeação de Rômulo no papel de interlocutor entre a Prefeitura e o Parlamento, após relação desgastante com Cassimiro na gestão passada. O segundo indício foi a eleição interna do Legislativo que conduziu o vereador Paulo Suares (PT) à presidência da Casa por unanimidade.