Política Titulo Impaciência
Skaf é blindado para não falar sobre Dilma

Na Zona Leste, candidato a governador mostra impaciência em debater assuntos incômodos

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
08/08/2014 | 07:22
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Divulgação


Em atividade de campanha na Zona Leste da Capital, ontem, o candidato ao governo do Estado pelo PMDB, Paulo Skaf, evitou tratar de temas incômodos, como a pressão do PT para abrir espaço à presidente Dilma Rousseff em seu palanque. Em ato de pouco mais de uma hora, o peemedebista foi blindado por assessores e demonstrou impaciência quando questionado sobre assuntos que não fossem transporte coletivo sob trilhos.

Skaf esteve no canteiro de obras da Linha 15-Prata (Vila Prudente-Cidade Tiradentes), em frente à subprefeitura de São Mateus. Cercado de funcionários e apoiadores, o candidato concedeu entrevista coletiva conduzida com cautela para não entrar em saia justa. Quando questionado sobre a pressão do PT para que ele declare apoio e abra espaço à campanha de Dilma, o peemedebista deu as constas para repórteres e assessores impediram proximidade dizendo que a entrevista estava encerrada.

A coordenação da campanha de Dilma, que tem como vice o peemedebista Michel Temer, tem pressionado Skaf para formalizar apoio à candidatura e auxiliar a empreitada no Estado. O alto índice de rejeição da presidente em São Paulo, de 47% segundo o Datafolha, faz com que o candidato ignore as investidas petistas.

A proposta da atividade era de vistoriar a execução da Linha 15, porém, o candidato não levou equipamentos de segurança e acabou a visita sem caminhar sequer um quarteirão pelo entorno. A concentração do peemedebista foi para apontar “lerdeza” em concluir o empreendimento da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa a reeleição.

“A previsão primeira (para entrega) dessa obra era 2010. Já tem cinco anos (de andamento) e foram entregues só três quilômetros. Ainda faltam dez quilômetros da primeira fase e mais 12 quilômetros da segunda. Nesse ritmo, levará de 20 a 30 anos para entregar um monotrilho de 25 quilômetros (de extensão), o que é um absurdo”, declarou o candidato, que disse também ser possível concluir o traçado do monotrilho em cinco anos. “Como? Fazendo. O monotrilho é pré-moldado, dá para acelerar e muito”, completou, sem detalhar.

A proposta do candidato é ampliar concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas) em investimentos de infraestrutura e concentrar gastos do Orçamento estadual em Educação, Saúde e Segurança. Skaf voltou a prometer conclusão de 70 quilômetros de Metrô em quatro anos de mandato. “Para fazer Metrô precisa de velocidade, já se sabe o que precisa fazer. Precisamos de gestão que faça a tempo e na hora, com eficiência, menor custo e da melhor forma. Mas não é isso que acontece aqui”, atacou.

Durante entrevista coletiva, Skaf repetiu seguidas vezes os argumentos citados acima e mostrou impaciência quando perguntado sobre outros temas. Quando indagado sobre a possibilidade de sua gestão incentivar a criação de empregos em regiões mais populosas, como a própria Zona Leste, o peemedebista mudou o foco. “Não tenho dúvidas que desenvolver oportunidades (por todo Estado) é boa solução, mas esse é outro assunto.” 




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