Política Titulo Avaliação
Prefeitos da região
reconhecem dificuldades

Mal avaliados pelo DGABC Pesquisas, gestores
admitem problemas e veem dado com naturalidade

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/08/2014 | 07:13
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Montagem/DGABC


Com índice de má avaliação do eleitorado, os prefeitos do Grande ABC admitiram enfrentar ainda dificuldades em um ano e sete meses à frente do Executivo, concordando com números do levantamento do DGABC Pesquisas, encomendado pelo Diário. As notas baixas da população variam do piso de 3,8, dadas a Saulo Benevides (PMDB, de Ribeirão Pires), até o teto de 5,7 conferidas a Luiz Marinho (PT, de São Bernardo). A maioria dos políticos reconheceu falhas na comunicação e encarou os dados “com naturalidade”.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), aparece com nota 5,1, sendo aprovação de 30,4% e rejeição de 32,7%. Segundo o petista, os “problemas financeiros atrapalharam a evolução” de projetos de curto prazo. “Ações grandes estão em operação, prorrogando o prazo de execução, como ampliação dos PAs (Pronto Atendimentos), entrega do Hospital da Vila Luzita e reforma do Pronto-Socorro do CHM (Centro Hospitalar Municipal)”, ponderou. “Ao longo dos próximos meses a tendência é crescer”, disse, ao citar que “manifestações populares do ano passado influenciaram no resultado negativo”.

Pior avaliado, Saulo voltou a atrelar o patamar negativo às dificuldades financeiras. “Estamos ainda em fase de ajustes, a situação das contas (públicas) continua complicada.” Contudo, o peemedebista disse estar “tranquilo”. A reprovação à sua gestão chegou a 54,6% e a aprovação é de 13,5%. “Temos de ser julgados no fim do mandato. Um ano e meio é muito pouco.” Ele creditou o fraco desempenho à atuação de oposicionistas. “Temos oposição irresponsável, que mente, calunia. Infelizmente estão extrapolando.”

Fatia da população de Mauá que rejeita a gestão Donisete Braga (PT) é de 43% e a que aprova é de 19,8%. O processo de renovação do modelo de transporte público, segundo o petista, é o principal gargalo. “Transporte está muito mal avaliado, não funciona. É muito natural que o gestor público seja puxado de forma negativa. Tenho plena consciência de que as ações terão efeito, temos responsabilidade para corrigir”, explicou. “Em novembro, quando teremos bons projetos finalizados, espero que a população nos reconheça.”

Prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) frisou que “muitas vezes” o Paço não consegue atingir 100% da população com mudanças. “E assim não conseguimos nos comunicar com todo mundo para mostrar efetivamente o que o governo vem realizando”, alegou. A administração do verde tem aprovação de 33,3% e rejeição de 30,8%. “São muitas ações que o município vem empregando e que é difícil você ter reconhecimento imediato.”

A gestão de Paulo Pinheiro (PMDB), de São Caetano, teve 48,3 de rejeição e 24,5% de aceitação. Para o peemedebista, a população quer intervenções visíveis, o que “está sendo melhorado aos poucos”. “Estamos investindo em serviços que temos condições. Encontramos serviços bastante prejudicados em termos de satisfação. Peguei administração arrasada, dívida grande e poder de investimento zero. (A nota de 4,7) É rescaldo disso.”

Em Rio Grande da Serra, o prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) sinalizou cautela com a ampliação a reprovação, hoje em 36,6%. Para conter insatisfações, o tucano prometeu monitorar o eleitorado. “Tenho de estar próximo da população e saber se o trabalho está sendo benfeito. É isso que vou fazer daqui para frente”, assinalou, ao celebrar o percentual de aprovação na margem de 29%.
(Colaboraram Gustavo Pinchiaro e Júnior Carvalho)

Marinho afirma desconhecer o instituto

Contrariando posicionamentos anteriores, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou ontem que não comentaria o índice de avaliação de seu governo feito pelo DGABC Pesquisas, solicitado pelo Diário, por desconhecer o responsável pelo levantamento. “Não conheço o instituto, então não posso avaliar”, disse o petista, repetindo a declaração em dois momentos ao ser retrucado sobre os números que apontam aprovação de 39,8% e rejeição de 23,8% ao seu segundo mandato.

Em situação favorável, Marinho demonstrou conhecer o DGABC Pesquisas no páreo de 2012, quando, na disputa pela reeleição para a Prefeitura, o instituto antecipou a vitória do petista ainda no primeiro turno. Na véspera do dia do pleito, o Diário divulgou sondagem em que o petista aparecia com 55,4% de intenções de voto. Na oportunidade, ele mencionou o percentual indicado no estudo. “Tenho segurança do governo que fizemos na cidade e queremos continuar esse processo de transformação”, frisou, à época.

O saldo das urnas no dia seguinte, que contabilizou 261,3 mil sufrágios a Marinho, confirmou a amostra firmada em São Bernardo.

Na pesquisa de fim de agosto de 2012, o chefe do Executivo também se referiu aos dados registrados pelo instituto. Na ocasião, ele foi indicado por 54,3% dos eleitores, na liderança da corrida eleitoral, bem à frente do deputado Alex Manente (PPS), segundo colocado. Na data da publicação, o petista demonstrou entusiasmo pelo resultado, mas ponderou que era necessário evitar clima de “já ganhou”. “Já tinha dito, no começo da campanha que a tendência era continuar crescendo. Quando o adversário (Alex) falava que eu estava no meu teto, respondi, categoricamente, que ele estava enganado. Eu estava no meu piso”, relatou.
 




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