Proposta da Odebrecht para polo de incineração de resíduos sólidos aos municípios é descartada
As prefeituras de Mauá e Santo André não concordaram com a proposta da Odebrecht Ambiental para construção de usina de incineração de lixo que gerasse energia para o polo petroquímico, instalado na divisa das cidades.
Em julho do ano passado, os municípios assinaram termo de cooperação para realização de estudo de viabilidade para implantação de nova tecnologia para destinação dos resíduos sólidos. Odebrecht Ambiental e Lara Central de Tratamento de Resíduos se interessaram pela proposta, avaliada inicialmente em R$ 500 milhões – construção seria por meio de PPP (Parceria Público-Privada).
Segundo o superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental), Sebastião Ney Vaz Júnior, a oferta da Odebrecht não contemplou todos agentes envolvidos na coleta e tratamento de lixo, caso dos catadores de material reciclável. “Precisamos de logística melhor, que privilegie os catadores e queime só o que não for reciclável, o rejeito.”
A despeito de discordar com a proposta da Odebrecht, a Prefeitura de Mauá não encerrou as negociações com a multinacional. Responsável pelo processo no governo mauaense, o secretário de Governo, Edílson de Paula, reconheceu que há muitas dúvidas sobre o projeto, principalmente sobre viabilidade financeira e sobre impactos econômicos que poderiam atingir o polo petroquímico. “O polo petroquímico de Capuava representa 65% da receita de Mauá e 33% de Santo André”. Edílson também pediu envolvimento das principais companhias sediadas no local: a Petrobras e a Braskem.
Tratativas para instalação de usina de incineração de lixo estão em curso na Prefeitura de São Bernardo. A área escolhida é o antigo lixão do bairro Alvarenga, que encerrou suas atividades em 2001. O valor estimado na obra é de R$ 600 milhões e o estabelecimento entraria em funcionamento em 2016.
SIMPÓSIO
Entre amanhã e quinta-feira, no Teatro Municipal de Mauá, haverá Simpósio Internacional de Resíduos Sólidos Urbanos, evento organizado pelo Consórcio Intermunicipal, Prefeitura de Mauá, FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), e com participação da UFABC (Universidade Federal do ABC).
Palestrante do evento, o professor da FESPSP Elcires Pimenta disse que projetos para queima do lixo são alternativa atrativa. “A incineração de lixo é opção viável para o Grande ABC, que não tem mais áreas para fazer aterros sanitários duradouros.”
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