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Guardiões do gol

Eles são idolatrados pelas defesas, mas viram culpados
quando deixam a bola passar; posição exige muito amor

Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
04/12/2011 | 07:00
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Ele é idolatrado pelas defesas, mas vira culpado quando deixa a bola passar. O goleiro pode ir de herói a vilão em única partida. Para aguentar a pressão precisa amar de verdade o que faz e se esticar todo para guardar o gol, que pode ter de 2,44 m de altura por 7,32 m de largura (tamanho do gol do futebol de campo).


Só que é impossível defender todos os lances, o que faz parte da posição. Então, não é preciso ficar tão preocupado, segundo Silvia Deschamps, psicóloga do esporte. “O importante é o esforço do atleta em cada jogo. Se não deu, da próxima é só se dedicar mais.”


Fã do Marcos do Palmeiras, Alexandre de Oliveira Júnior, 9 anos, de São Bernardo, sempre quis ser goleiro, mas admite que no começo não foi nada fácil. “Antes ficava parado olhando a bola. Agora pulo e me jogo para defender”, diz o garoto, que faz treino específico no Planety Society, em São Bernardo. Para Ricardo da Silva, treinador de Alexandre, não há segredo para ser bom goleiro. “Tem de gostar de aprender técnicas de entrada, laterais, pegada, saltos, corrida e quedas. Também deve saber lidar com perdas e conquistas.”


Matheus Gibertoni, 10, de São Bernardo, sabe a importância de manter-se calmo. “Se não consigo defender, penso que não foi a primeira nem a última vez. Levanto e dou o meu melhor.” O colega de treino Felipe Ferreira, 8, concorda. Já Guilherme Lima, 9, às vezes se sente culpado quando não consegue agarrar a bola.


O time deve funcionar como orquestra: todos precisam ter bom desempenho para que a vitória seja alcançada. “O treinador é responsável por unir todos em função de um só objetivo”, resume a psicóloga Maria Regina de Azevedo, do departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC.EM


Igor de Almeida, 10, de Mauá, sabia que não era na posição de meia que seria feliz no futebol. Aos 6 anos resolveu arriscar ser goleiro e a escolha deu certo. Ele já jogou a Copa Diarinho, no time da Portuguesa e atualmente está no Santos. “Percebi que era bem melhor com as mãos.”


O treino é puxado. Ele vai uma vez por semana na Vila Belmiro. Para isso, o garoto acorda às 3h e pega ônibus de Santo André a Santos. Treina por três horas e volta para casa. Nesse dia, não consegue ir para o colégio. Em São Caetano, o treino é uma vez na semana. Igor garante que o esforço vale a pena. “A posição me ajudou a ter mais concentração e disciplina. Além disso, tenho de estudar porque com nota vermelha não fico no time.”

 




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