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São Paulo quer bonde nas Marginais e parque no Cebolão
14/12/2012 | 08:04
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Imagine partir da região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul da capital, e chegar às imediações do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, a quase 30 quilômetros dali, usando só um meio de transporte público. Em aproximadamente 15 anos, isso pode virar realidade, caso um ambicioso projeto do governo do Estado saia do papel. Em sua concepção preliminar, o plano prevê a recuperação urbanística das Marginais do Pinheiros e do Tietê e inclui um veículo leve sobre trilhos (VLT), um tipo de bonde moderno, percorrendo a extensão das vias.

A ideia é promover a requalificação do entorno dos rios e das duas artérias às suas margens, que hoje, por causa do tráfego pesado e da desorganizada ocupação do solo, oferecem pouco espaço à convivência social. As mudanças também devem fazer com que a área do complexo viário do Cebolão, na confluência dos dois rios, seja transformada em parque ou outro tipo de área verde. Nas alças de acesso das pontes das Marginais, a ideia é ter hotéis, shoppings e edifícios comerciais interligados. Quem explica é o secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, que deixará o cargo na segunda-feira para assumir a Casa Civil. "São essas intervenções que possibilitarão recuperar cada trecho."

O primeiro passo para a revitalização das Marginais deve ser dado no início do ano que vem. Trata-se da construção de uma passarela de 500 metros de comprimento para pedestres e ciclistas entre a Cidade Universitária e o Parque Villa-Lobos, na zona oeste. A estrutura, que ficará pronta no primeiro semestre de 2014 e custará R$ 80 milhões, será coberta e terá dois mirantes.

CPTM

Segundo o arquiteto responsável por esse projeto, Bruno Roberto Padovano, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo, a estrutura se integrará à malha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que, no futuro, construirá uma estação da Linha 9-Esmeralda na frente do Shopping Villa-Lobos. "Além disso, vamos criar deques que se projetarão para o rio."

Um velho problema, no entanto, deverá persistir e importunar os frequentadores: o mau cheiro do Rio Pinheiros. Ontem, no evento de apresentação do projeto na USP, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o trabalho para resolver essa questão já começou. "Estamos tratando esgoto, esse é o caminho."

Com consultoria do Banco Mundial, o plano de requalificação urbana das Marginais consumirá investimentos de R$ 30 bilhões, prevê Aparecido. A estimativa é de que as diretrizes desse projeto sejam entregues ao governo estadual no início de 2014.

Arco do futuro. Durante a campanha à Prefeitura deste ano, o prefeito eleito Fernando Haddad (PT) apresentou uma proposta semelhante à que Alckmin divulgou ontem para revitalizar as duas marginais. Questionado se os dois projetos concorrerão entre si, o governador afirmou que não. "É claro que a Prefeitura vai ser ouvida, vai participar."

Sobre o futuro VLT, o consultor de trânsito Horácio Augusto Figueira, professor da Universidade 9 de Julho (Uninove), diz que a escolha desse modal não é a melhor, porque a demanda será grande. Ele defende a criação de uma linha de trem na Marginal do Tietê, como a do Pinheiros. "O bonde fica bom onde há interação com a vida urbana."

Cebolão

Emblemático por seu emaranhado de pontes, o chamado Cebolão, sistema viário na confluência das Marginais do Tietê e do Pinheiros, na zona oeste, vai mudar. No futuro, um porto está previsto para funcionar ali. A intenção do governo é usar os rios para transporte tanto de carga quanto de passageiros. Vários modais seriam construídos ao longo dos dois cursos d?água, incluindo um para chegar, por ônibus, ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.

No caso do Cebolão, uma área verde deverá ser construída ali. O projeto ficará pronto em 2014 e será divulgado assim que a ciclopassarela da USP for aberta. Para a intervenção, o Cadeião de Pinheiros, vizinho do complexo viário, poderá ser desativado, segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido. Uma grande área da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) também pode ser usada no projeto, disse o governador Geraldo Alckmin. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.




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