Economia Titulo Indústria
Consumo de importados tem primeira queda desde 2009
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
14/12/2012 | 07:29
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A participação dos produtos importados no consumo nacional teve a primeira queda desde 2009, apontou pesquisa divulgada ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Pelo levantamento, o chamado coeficiente de penetração das importações, no terceiro trimestre, ficou em 22,1%. Foi uma reversão no índice, que atingiu valor recorde nos três meses anteriores (22,3%), e que vinha em alta durante dez trimestres seguidos.

No entanto, a retração é tímida (0,2 ponto percentual) e restrita apenas a alguns segmentos industriais. Foi o caso das áreas têxtil (passou de 23,2% de abril a junho para 23,1% de agosto a setembro), farmacoquímica (foi de 30,9% para 30,2%), derivados de petróleo (de 21,2% para 18,8%), química (25,2% para 25%) e informática (52,7% para 52,3%).

Segundo o economista da CNI Marcelo Azevedo, a pequena diminuição na participação dos importados no consumo pode ser atribuída, sobretudo, à alta na taxa de câmbio ocorrida ao longo do ano (o dólar atualmente em R$ 2,07 valorizou 20% desde março, quando era cotado a R$ 1,70). "Não só pelo crescimento da taxa, mas também pela estabilização em novo patamar nos últimos quatro meses", observou.

Azevedo assinala ainda que, no caso específico do setor de derivados de petróleo, houve mudança no processo de contabilização de importação por parte da Receita Federal, que influiu no indicador. "Deve subir no quarto trimestre", diz.

INCÓGNITA - Outro fator que contribui à menor entrada de itens do Exterior são as medidas do governo para melhorar a competitividade da indústria, como a desoneração da folha de pagamento para vários segmentos. "Mas ainda é cedo para atribuir a isso", diz o economista. Ele acrescenta que ainda não é possível saber se a queda continuará nos próximos levantamentos.

Para o diretor adjunto da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato, a desvalorização do real ajuda as fabricantes nacionais, mas ele também acha prematuro dizer se esse movimento de redução da entrada dos importados continuará.

 

 




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