A indústria Mangels, que faz estamparia de aço em São Bernardo, decidiu fechar a fábrica na região para concentrar essa atividade na unidade de Três Corações, em Minas Gerais. A empresa deverá demitir os 380 funcionários da planta fabril no Grande ABC até fim de janeiro e vender esse imóvel.

O objetivo será a redução de custos, informou a companhia. O presidente da metalúrgica, Robert Mangels, disse, por meio de comunicado, que as medidas vão contribuir para a melhoria da rentabilidade no médio prazo e vão garantir foco em negócios considerados estratégicos ou nos quais é líder de mercado.

A decisão surpreendeu os trabalhadores. Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Nelsi Rodrigues, o Morcegão, ontem pela manhã, ao fim de reunião com executivos da empresa para discutir outros assuntos, a direção comunicou que a fábrica seria fechada. "O que estamos buscando agora é o diálogo para entendermos os reais motivos do fechamento", afirmou. A entidade dos trabalhadores já tem novo encontro agendado com os diretores da companhia, na quinta-feira. "No que depender do sindicato, vamos buscar alternativas para evitar que a fábrica feche; o que interessa para os trabalhadores é a manutenção da planta", acrescentou o dirigente.

A Mangels foi fundada há 85 anos e está desde 1968 em São Bernardo, onde faz atualmente aços relaminados e tem centro de serviços nesse segmento. E em maio deste ano, inaugurou, com investimento de R$ 16 milhões, linha de decapagem (processo de retirada de oxidações e impurezas do metal) nessa unidade fabril.

Poucos dias depois, aceitou proposta para venda da sua unidade de galvanização localizada em Guarulhos para a Armco Staco, sob a justificativa, na época, de se concentrar na área de aços, que estava sendo reestruturada para alcançar a liderança e também em rodas e cilindros, segmentos em que é líder de mercado. Esses dois últimos são produzidos em Três Corações.

Para Morcegão, causa estranheza o fato de a empresa ter feito investimento recente na fábrica e agora anunciar o fechamento dessa planta.

PREJUÍZO

A metalúrgica registrou, de janeiro a setembro, prejuízo líquido de cerca de R$ 24,8 milhões, bem mais que o resultado negativo de R$ 4 milhões no período de 2011.