A inflação dos vestuários de novembro, de 2,22%, foi a maior para um mês de abril desde 1999, quando atingiu 6,53%. Três fatores foram os pilares deste encarecimento. São eles: o faturamento em queda do segmento ao longo do ano, a entrada de nova coleção e o aumento da temperatura.

O resultado da inflação foi publicado ontem pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,68%, frente ao mês anterior. Este indicador aponta a inflação da Capital e é o que mais se aproxima da realidade da região.

O grupo vestuário teve a maior variação entre os sete segmentos que compõem o indicador geral.

Na ordem decrescente, as despesas pessoais subiram 1,64%, os alimentos aumentaram 0,89%, os custos da saúde expandiram 0,48%, os gastos com habitação encareceram 0,32% e os transportes ficaram 0,13% mais caros.

INFLUÊNCIAS - Assessora econômica da FecomercioSP, Julia Ximenes avalia que os resultados negativos que o varejo de vestuário teve durante o ano influenciaram na inflação de novembro. De janeiro a setembro, o setor acumulou queda real de 1,2% no faturamento, contra alta de 5,6% do varejo global.

Como forma de recompor esse recuo, junto ao aumento da demanda causado pelo clima quente na maioria dos dias de novembro, os comerciantes elevaram o preço, analisou Julia.

"Ainda temos a mudança de coleção para primavera-verão", acrescentou a especialista, destacando mais um ponto de influência para o aumento dos preços.