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Atenção com a pista molhada
Lukas Kenji
Especial para o Diário
12/12/2012 | 07:00
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O verão está chegando e as chuvas típicas da estação também. Em asfalto molhado as condições de dirigibilidade são alteradas e a atenção deve ser redobrada. Pensando nisso, o Diário foi atrás de algumas dicas de comportamento para guiar melhor em cenário chuvoso.

A primeira recomendação é maneirar a força imposta no pedal da direita. Para o professor de Engenharia Mecânica Automobilística da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Edson Esteves, o ideal é reduzir a velocidade em um terço do que estava sendo usado em piso seco. "Se estiver guiando a 60 km/h, reduza para 40 km/h. Na estrada, por exemplo, diminua de 90 km/h para 60 km/h. Outra atitude a ser tomada é aumentar a distância para o veículo da frente, pois diminuem as chances de uma frenagem mais brusca", recomenda.

Já o analista técnico do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), Gerson Burin, aconselha utilizar o veículo à frente como aliado à melhor dirigibilidade. "Você pode seguir o rastro deixado por ele. Desta forma consegue-se ter mais aderência para o pneu, pois a água vai sendo escoada."

Aliás, aderência é como se fosse um oásis em pistas molhadas. É, no entanto, uma condição quase que utópica. Com muita água concentrada em um local da via, o pneu pode não conseguir atrito com o asfalto. Trata-se do fenômeno chamado aquaplanagem. "Nesta condição, o ideal é manter o volante em linha reta e diminuir a velocidade aos poucos, mas sem utilizar os freios. Pode acontecer de apenas um pneu ter atrito com o solo, o que pode acarretar em derrapagem", esclarece Burin.

O especialista enaltece ainda que a presença de um veículo no canteiro central de uma rodovia é provável consequência de um caso de aquaplanagem. "É normal as pessoas se assustarem e frearem o veículo, que perde o controle e vai para a lateral da pista."

Por isso, se observar que não tem jeito de seguir viagem, procure um local para estacionar, como um posto de combustível. Nem pense em parar no acostamento, pois sua distância em relação às faixas de rolagem é muito tênue. "Você também não pode trafegar com pisca alerta ligado, porque o condutor de trás pode pensar que seu veículo está parado e tende a fazer manobras bruscas para mudar de direção", alerta Burin.

Para o motociclista que está acostumado a parar em acostamentos para colocar roupas de chuva, a recomendação também é procurar um local seguro para mudar de vestimenta. Como o tempo não muda de uma hora para outra, antecipe mais a viagem, faça as trocas (de roupas) antes que a chuva aperte, mas em local apropriado. Vale lembrar que canteiros centrais são mais seguros do que acostamentos.

ALAGAMENTOS

Se o terreno estiver alagado, o correto é não tentar atravessar. "O grande problema é o famoso achismo. Região alagada é incógnita, não é possível saber se existem buracos, bocas de lobo ou qualquer outro objeto na via. Há o perigo até de se perder referência da calçada, então, o melhor é esperar a água baixar", aconselha o analista do Cesvi.

A altura da água não pode passar do meio da roda de um automóvel, pois pode entrar no sistema de admissão do motor, podendo acarretar no chamado cálcio hidráulico. Outra dica é utilizar a primeira marcha em rotação intermediária. Além disso, a troca de marcha não é recomendada, pois a água pode contaminar o sistema.

De olho na manutenção

Quando os pingos de chuva começam a cair, a primeira ação que tomamos é acionar os limpadores de para-brisas. Mas será que eles estão em perfeito estado? "Só lembramos deles quando está chovendo, mas é preciso verificar se eles estão com a borracha ressecada ou até mesmo engordurada, devido ao óleo das ruas que é jogado no para-brisa por outros carros", esclarece o analista técnico do Cesvi, Gerson Burin, que alerta o motorista ainda em relação ao ponto de fixação das hastes dos componentes, que devem estar bem presas.

"O condutor também deve se ater à água do esguicho do para-brisas. A gente pensa nisso só com o tempo seco, mas a chuva não é capaz de limpar toda a sujeira do vidro", lembra o especialista. É importante que o motorista também não esqueça de colocar detergente no compartimento.

Burin enaltece que o desembaçador tanto do vidro dianteiro como traseiro deve estar funcionando perfeitamente, pois é mais requisitado exatamente em condições chuvosas.

Outro componente de segurança que deve estar regulado é o farol. O conjunto dianteiro deve estar com altura e facho calibrados. "Eles precisam ficar ligados, mesmo durante o dia. Desta forma, os outros veículos podem ter melhor percepção de sua presença", explica o analista. O conjunto traseiro também é importante. Se tiver desligado, é bom fazer checagem na parte elétrica do automóvel.

De acordo com o professor de Engenharia Mecânica Automobilística da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Edson Esteves, os procedimentos de revisão do veículo são ideais para qualquer estação do ano. O problema é que muitas pessoas não fazem nenhum tipo de vistoria e passam por apuros sobre pista molhada quando componentes de segurança são mais requisitados. Por isso, a dica do professor se resume a uma palavra: prudência.

As mesmas recomendações devem ser adotadas pelos motociclistas. No entanto, o capacete requer maiores cuidados. "A viseira tem que ser limpada periodicamente. Tem condutor que guia com ela levantada, o que causa acúmulo de sujeira. Quando começa a chover, a viseira é abaixada e o motociclista acaba passando a mão para limpa-la, o que pode embassar ainda mais", completou Esteves.




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