Tipos B e C são os mais comuns no País; patologia pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado
Hoje, Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, data instituída pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2010, três prefeituras do Grande ABC prepararam atividades especiais voltadas à conscientização sobre a doença. Diadema, Santo André e Ribeirão Pires farão ações de prevenção direcionadas à população.
A partir de hoje, a equipe do Centro de Referência em DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis)/Aids e Hepatites de Diadema estará no Terminal Piraporinha para realização de testes rápidos.
Em Santo André, os exames serão intensificados no CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento). A Prefeitura de Ribeirão Pires vai realizar palestras para orientação em todas as unidades de Saúde da Atenção Básica, no Complexo Odontológico, Centro de Especialidades Médicas e nos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da cidade.
A doença afeta diretamente o fígado e pode ser transmitida por cinco vírus diferentes, que são classificados de acordo com as primeiras letras do alfabeto (veja mais informações acima). Os tipos mais comuns são A, B e C.
Conforme explicou a coordenadora do programa de pós-graduação em Gastroenterologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Maria Lucia Ferraz, o tipo A é mais comum em crianças. “É como se fosse uma virose, mas o tratamento é bem simples e o corpo expulsa o vírus, parecido com o que faz com a gripe. Já a B e a C são mais preocupantes por poder desencadear outra doença crônica, como cirrose ou câncer de fígado”, explicou.
A hepatite é considerada doença silenciosa porque os sintomas podem demorar anos para aparecer. Os principais são olhos amarelados, enjoo e urina escura.
Segundo o professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC Munir Akar Ayub, quanto mais grave for o estado da pessoa contaminada, mais complicado o tratamento. “Se o paciente tiver cirrose, por exemplo, só transplante de fígado resolve. Por isso a importância de datas como essas para que a população se conscientize cada vez mais”, disse.
É necessário fazer exame de sangue para saber se há presença do vírus no organismo. Para os testes oferecidos pelas Prefeituras hoje, não é preciso nenhum preparo.
Atualmente, a vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação. São três doses, sendo que a primeira é dada no nascimento e as outras duas com seis meses de intervalo cada.
Já a hepatite A também tem vacina, mas a imunização não é fornecida gratuitamente. Segundo Ayub, por causa da vacinação, a doença tende a diminuir bastante. “As famílias estão vacinando seus filhos no momento do nascimento, então, a cobertura vacinal irá crescer no futuro.”
O tratamento para as duas hepatites é a base de remédios via oral, porém, somente a C tem cura. “Na hepatite B, se você trata durante muito tempo, o vírus para de se multiplicar e se mantém sobre controle. Na C consegue-se a cura total, sendo o vírus expulso do organismo”, disse Maria Lucia.
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